terça-feira, 23 de outubro de 2018

Nota da ANPUH pelo não apagamento da História da Ditadura Militar no Brasil

COLO AQUI A NOTA DA ANPUH CONTRA O APAGAMENTO DA HISTÓRIA DA DITADURA MILITAR, para NEM precisar nem entrar no site https://anpuh.org.br/…/4930-nota-da-anpuh-brasil-sobre-a-te…
"Segundo fontes da imprensa brasileira divulgadas no dia 20/10/2018, incluindo os jornais O Globo, Folha de São Paulo e UOL[1], entre outros, o ministro Luís Felipe Salomão, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), decidiu suspender a exibição na TV de um programa de campanha eleitoral que mostra cenas e depoimentos sobre a prática da tortura no período da Ditadura Militar, relacionando-os a várias falas do outro candidato que aprovam a prática da tortura e homenageiam militar Carlos Alberto Brilhante Ustra. A Associação Nacional de História - ANPUH-Brasil vem, através desta nota, repudiar a tentativa de apagamento da História da Ditadura instituída em 1964 no Brasil, que foi conhecida pelo desrespeito aos Direitos Humanos, pela prática de prisões, desaparecimentos e torturas, que foram recentemente comprovados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, e que encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final, que pode ser consultado no site http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/

A ANPUH-Brasil se posiciona assim contra o apagamento da história da ditadura.

Ditadura Nunca Mais! #ditaduranuncamais
Tortura Nunca Mais"

Esta História não vai se apagar, está em livros, em filmes  e ESPECIALMENTE NUM RICO E TRISTE CANCIONEIRO.
Já sabemos, inclusive na Academia, que uma legítima narrativa nacional é contada pelo cancioneiro popular. Pensando nas tentativas de APAGAMENTO DA HISTÓRIA DA DITADURA CIVIL MILITAR (1964-1985), devo dizer que isso será impossível, pois a narrativa do período está devidamente contada em livros, filmes e ESPECIALMENTE NO RICO CANCIONEIRO NACIONAL que tão bem a retratou em composições e interpretações maravilhosas de Chico Buarque a Odair José, passando pela voz da Elis, Milton Nascimento,Belquior, Aldir Blanc, Secos e Molhados, Novos Baianos, Clube da etc, etic, etc
Infelizmente aquela ditadura existiu sim, não foi um movimento como a Semana de Arte Moderna de 22, foi um golpe de Estado que matou e oprimiu muita gente e sua História foi contada de diversas formas e não pode ser esquecida.
Todos contra o fascismo! 

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A professora Maria Aparecida de Aquino, Guimarães Rosa e as Eleições 2018

Nas horas mais decisivas para o futuro de um país é normal que as pessoas de gênio se voltem para aquilo que ele produziu de mais significativo em relação às ideias e as ações. Não é à toa que, quando o Brasil está a um passo do fascismo, a professora  Aquino se volt para a literatura de Rosa, ouro brasileiro.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Carlo Ginzburg : #EleNão

"O historiador Carlo Ginzburg, autor de O queijo e os vermes e de mais de uma dezena de livros importantes traduzidos no Brasil. Direto de Rosário, na Argentina, com foto do meu amigo querido, Lucas Duarte. Ginzburg é italiano, conhece bem o fascismo e repudia o candiato fascista no nosso país. "


"Afro é todo o Brasil e está dentro da gente” : Os Afro Sambas de Baden Powell (1990)"


Tem novidade no Blog da Loja Axé!
Mais um texto sobre o segundo disco Afro Sambas da década de 1990 no Blog da Loja Axé! Para ler "Afro é todo o Brasil e está dentro da gente” : Os Afro Sambas de Baden Powell (1990)" cliquei aqui 

Um domingo na Casa das Caldeiras

Depois do fim de semana do primeiro turno, mais um domingo musical na Casa das Caldeiras, com a festa Picco à brasileira. enquanto ainda temos festa, com essa ameaça fascista.
Como sempre adorei tudo e todos...
Esse é o DJ Sleep, ele tocou até Zeca Pagodinho, virei fã! 

Também tirei algumas fotos para a recordação






Caetano Veloso pela democracia 2018


sábado, 6 de outubro de 2018

Com as (poucas) palavras, a professora Maria Aparecida de Aquino


COLCHA DE RETALHOS


Nos retalhos da minha memória, esse livro é uma pequena joia... comprei numa Bienal do Livro , deva ter meus 15 para 16 anos e queria ler algo do sociólogo (deve ter sido a primeira vez que ouvi essa palavra) Betinho, o tal irmão do Henfil de quem falava na canção "O Bêbado e a equilibrista", que eu adorava, e ouvia sempre na maravilhosa Musical FM, a rádio MPB (que foi vendida para uma igreja pentecostal em 1999). Naquela época eu lia Guimarães Rosa sem entender muito, e pouco sabia das coisas, mas era curiosa e por isso sabia muito para uma menina que estudava numa escola municipal de Pirituba... embora fossem informações fragmentadas.Eu sabia que Betinho tinha sido exilado na ditadura, que o Brasil sonhou e comemorou sua volta ao país, sabia que ele, como tantos na década de 1990, tinha HIV positivo, e que tinha sido contaminado numa transfusão de sangue, para tratar sua hemofilia (também foi a primeira vez que ouvi falar disso). Como tantos tão importantes na minha juventude (Cazuza, Caio Fernando Abreu...) acompanhei, pelo jornal, sua doença e morte.

Na lista de Camila, o livro "A lista de Ailce" (1996) é um verbete recheado de memórias que me formou como sou hoje!

Janusz Korczak : intolerância é uma ameaça sempre presente




Em 2016, em meio às atividades do meu pós-doutorado sobre as crianças de Pedro Bloch, muito interessada em pedagogias libertadoras no século XX, assisti a um  curso de  sobre a  trajetória do médico e  educador judeu polonês Janusz Korczak (1878 - 1942), ministrado por Sarita Mucinic Sarue e seu interessantíssimo trabalho com as crianças, em pleno contexto da segunda guerra Mundial. 
Tendo trabalhado pela emancipação da criança, e  gerenciado os orfanatos para crianças judias Dom Sierot e Nasz Dom, em Varsóvia, estes que eram  geridos pelas crianças e desenvolvido uma estratégia pedagógica que serviu como pontapé inicial ao que depois chamaríamos de "educação democrática" (ideia linda, que eu amei desde sempre e que executei quando ministrei palestras sobre Guimarães Rosa na Escola Lumiar entre 2003  e 2004) e que, infelizmente, acabou sendo duramente perseguido. O mais tocante da história é a morte do professor, que nunca abandonaria seus alunos em uma situação difícil, a ponto de aceitar seguir com eles até a câmara de gaz onde todos acabaram morrendo no Campo de Extermínio de Treblinka, num desfecho que a humanidade ainda não engole com facilidade.
Foi muito difícil para mim acompanhar este curso, nele eram apresentados vídeos, contavam-se histórias, mostravam-se fotos das mais terríveis sobre a degradação humana, lembro que eu sempre virava o rosto para a janela e observava o verdejante campus Butantã em sua calma e beleza, pois o conteúdo apresentado não era nada intragável, era um bom exemplo do que de pior o ser humano produziu!
Era terrível e tudo mais, mas era um acontecimento histórico, servia para nos alertar, não era ainda uma realidade na nossa vida cotidiana de brasileiros, como tememos vir a ser neste momento eleitoral de 2018.
Um candidato a presidência atual  assume ideário fascista (que deu origem àquele absurdo),  é preconceituoso, faz apologia a tortura, a violência, à intervenção militar e a quebra de nossa recente democracia se eleva em primeiro lugar nas intenções de votos.
E o pior é que o problema não está apenas no candidato, mas também no seu eleitorado, que aceita seu ideário retrógrado a ponto declarar intenção de votar nele, afinal existe uma identificação. Muito triste! 
Como historiadora, por muitas e muitas coisas, eu grito #EleNão...mas hoje, como pesquisadora da área de História da Infância e Juventude, eu faço isso em honra à memória de Janusz Korczak, mais uma das inúmeras vítimas do nazifascismo no século XX, cuja história deveria servir para aprendermos que aquelas ideias são as erradas, para internalizarmos que não devemos querer aquele inferno acontecendo  de novo .

sexta-feira, 5 de outubro de 2018