domingo, 28 de março de 2021

"Baile", Brasil, 2019 dir . Cíntia Domit Bittar


 Assisti a esse curta catarinense na plataforma spcine e me emocionei muito!

Sinopse: Há certos dias que, mesmo sem grandes acontecimentos, nos forçam a crescer. Andrea tem só 10 anos e talvez ainda não perceba que seu dia foi assim.

A mãe de Andrea tira fotos 3x4 de idosas, mas tem sempre o cuidado, o carinho, de tentar despertar nelas um sorriso melhor, uma lembrança boa que, certamente, ficará registrada na foto. É uma foto de documento, mas é uma foto, pode ser a definitiva.

Andrea vê outras representações, de homens e especialmente de mulheres memoráveis. Por que não expor as 3x4, todas elas? São todas fotos bonitas, carregadas das melhores lembranças de cada uma daquelas pessoas, são fotos memoráveis! 

Baile é um filme sobre o surgimento de uma fotógrafa. De uma pessoa. De uma pequena mulher.

Clique aqui, e assista gratuitamente. Leva apenas 18 minutos e você também vai se emocionar !
Algumas fotos de aperitivo
No museu

 Olhar da fotógrafa

A bisa

A foto

Antes de fotografar, olhar

Sonho de Andrea

Testemunha

A exposição de Andrea

A exposição das mulheres


sábado, 27 de março de 2021

V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia

 

Participei desse evento online, esse universo de pesquisa entre geneticistas é muito importante, a última vez que estive em um foi em 2013 em Florianópolis. No dia 24 eu adorei a apresentação com um cantador Chagas Vale, tocando canções da MPB como Carcará em meio aos mamulengos

DIA 24 de março  

Para participar me inscrevi para falar da minha pesquisa com Guimarães Rosa no Simpósio “Arquivo e Epistemolografia: Universo Literário”, ocorrido na primeira tarde  do evento e foi muito interessante, com vários trabalhos sobre  correspondências, envolvendo Clarice Lispector, Machado de Assis, autores do Piauí que não conhecia e até um estudo sobre "cartas de alforria" em Teresina no século XIX!

Da minha parte eu chamei a comunicação de As meninas aletradas na correspondência e no arquivo de Guimarães Rosa (1966 e 1967), minha proposta era falar da presença das netas no arquivo e nas correpondências de Rosa na década de 1960, mas como tinha apenas 1 minutos, falei apenas de dois desenhos feitos por Laura Beatriz ao vovô Joãozinho (Guimarães Rosa), feitos no mesmo dia, mas q que encontrei um anexado a um Caderno literário e outro na correspondência de publicada em 2003. Como eram desenhos e não palavras, numa apresentação sobre cartas,  e disseram que gostaram muito!Tem como não gostar de desenho de criança?

DIA 25 de março 

Pela manhã acompanhei uma mesa redonda sobre a pesquisa em torno da autora Carolina Maria de Jesus e foi maravilhoso acompanhar o trabalho de três excelentes pesquisadoras, quase uma tentativa de fazer um mapeamento genético de Carolina, na mais condizente com um evento de Crítica Genética


O simpósio da tarde foi bastante enriquecedor acompanhar trabalhos de pesquisadores sobre crítica genética e processo de criação nas artes. Observei nesse grupo como, algumas vezes, dependendo do objeto a ser investigado, apenas  as referências da critica genética não dão conta de, sozinhas, oferecer uma base teórica robusta para discussões como sobre a origem da criação, por exemplo, onde se pensa em elencar teóricos mais pesados, como Walter Benjamin e Martin Heidegger.

Mais à tarde fiz minha primeira aula da Oficina “Arquivos e processos de criação: literatura, teatro e dança”, ministrada pelas arquivistas Mabel Mota e Ivana Severino. Claro que eu, como pesquisadora do arquivo pessoal de Guimarães Rosa, usava sempre as categorizações indicadas pelo pessoal do IEB, mas foi muito bom saber como se faz para pensar em categorizar um  arquivo que não foi catalogado, foi muito útil.


DIA 26 de março

Na primeira parte do dia eu achei que não ia poder ver nada, pois tive que acompanhar minha mãe no ICEPE , mas como o evento é online, consegui ouvir a palestra do professor e escritor Luis Antonio de Assis Brasil (PUCRS). Essa eu estranhei um pouco,

porque o congresso é de Crítica Genética e arquivologia, estava tudo indo bem na analise dos processos de criação e queremos ouvir sobre trabalhos com acervo e manuscritos, uma palestra sobre gênero literário achei fora do Tom. Mas tudo bem. Depois, já no caminho de volta para casa, fui acompanhando o congresso via celular e tive o que eu queria ver em doses cavalares no simpósio da tarde, quando começamos ouvindo uma pesquisadora portuguesa falar do acervo do poeta Pedro Homem de Melo. Em seguida ouvimos pesquisadores do Piauí, como a professora

 Começamos com a professora Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA) e seus alunos pesquisadores do acervo do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva, representante da bela cidade de Amarante, no interior do Piauí.


Depois assisti a aula final da oficina sobre arquivologia, o que foi delicioso! É sempre a minha intenção voltar a trabalhar em arquivos, no arquivo de Rosa, especificamente, pois é um trabalho delicioso.

Mas tínhamos ainda a palestra de encerramento do evento e foi com chave de ouro: os meus mestres em crítica genética Phillipe Willemart e Roberto Zular, que me ensinaram tudo sobre a área. Na palestra de Willemart sobre a ideia de rasura como uma forma de repensar e nos proteger no mundo dos algoritmos, muito bonito. E foi ótimo ouvir novamente Zular, meu ex professor e componente da minha banca de doutorado, fazia tanto tempo! Foi muito emocionante

No final, o evento artístico cultural nos trouxe uma apresentação do músico Zé Roraima, residente em Teresina, que tocou um repertório local muito bom.

Fique bem cansada em acompanhar o congresso, mas foi delicioso, eu realmente gosto dessa vida de pesquisadora!

CERTIFICADOS 22 de junho

No dia 22 de junho chegaram meus certificados.  Fiquei muito feliz de ter participado desse congresso em abril, falando de novo sobre minha paixão (cadernos literários de G. Rosa e as Meninas), mas apresentando material ainda inédito (um desenho infantil muito expressivo) que tinha guardado da pesquisa do doutorado! Acho que gostaram, eu gostei muito.

O mais interessante foi que assisti todo o Simpósio, do começo ao fim, mesmo que muitas vezes, acompanhava minha mãe no hospital, fazendo consultas e exames pré cirúrgicos, tomando vacina... foi excelente ter podido fazer tudo simultâneo.
Sobre o mini curso de arquivologia, sempre aprendendo um pouco mais. Claro que não vou classificar nenhum documento de arquivo (os arquivologistas já fazem isso), mas serviu para que eu entendesse melhor as classificações dos documentos do arquivo IEB.
É uma área que eu adorei conhecer no doutorado, quem sabe um dia ainda volto a me dedicar a ela!
Obrigada a Universidade Federal do Piauí, obrigada ao Nema! No próximo, quem sabe, posso ir presencialmente!

segunda-feira, 22 de março de 2021

"Me Chamo Samuel", Quênia, 2020 dir. Pete Murimi

 

Sinopse da Mostra de Cinemas Africanos : “Samuel cresceu na zona rural queniana, onde a tradição é valorizada acima de tudo. Ele é próximo de sua mãe, mas seu pai, um pastor local, não entende por que ele ainda não casou. Depois de mudar para a capital do Quênia em busca de trabalho e uma nova vida, Samuel se apaixona por Alex e encontra comunidade e pertencimento. O amor deles floresce, apesar do fato de que as leis do Quênia criminalizam qualquer um que se identifique como LGBTQ+. Apesar das ameaças de violência e rejeição, Samuel e Alex se movimentam entre seus mundos
coexistentes, esperando obter aceitação em ambos.

 

Um filme lindinho demais, uma verdadeira história de amor entre dois homens, amigos e companheiros. Porque se passa no Quênia e eu me lembro do filme Rafiki, o tempo todo, eu tive medo do fim ser trágico, apesar de todas as dificuldades que um casal de homossexuais encontra no Quênia. Mas aquela relação é real, é amor de verdade e ele, de “gêmeos”, passaram a ser companheiros, fazer parte da família. Nesses tempos difíceis que passamos, em plena pandemia, um filme assim acende uma esperança de que coisas boas também podem acontecer, apesar de tudo. Printei várias cenas porque foi o último dessa seleção e vou sentir muita saudade dos Cinemas Africanos, que se despedem de mim agora com essa mensagem de esperança de que o amor existe.




Cuidado na mãe 

Pais maravilhosos

Nairobi 



Mãe maravilha

Uma bela menina

Um homem bonito

Galinha e seus pintinhos

Samuel e a filha

Samuel e a mãe



Trabalho na construção

Nairobi 

Casa da avó 

Bolo de aniversário



Avó linda


domingo, 21 de março de 2021

"Vamos Conversar", Egito, 2019 dir Marianne Khoury

 


Sinopse da Mostra de Cinemas Africanos : "Uma mãe e sua filha exploram juntas quatro gerações de mulheres da mesma família, uma família egípcia originária do Levante,na qual a vida e o cinema sempre estiveram, e continuam a estar, intrinsecamente ligados. Essa é uma história intimista entre filmagens de arquivo pessoal onde realidade e ficção se interligam com os filmes
autobiográficos de Youssef Chahine. De Alexandria ao Cairo, passando por Paris e Havana, uma mãe e filha nos levam a uma viagem pessoal,tanto visceral quanto visual, enquanto questionam suas emoções e destinos."

É um belo doc, centrado em uma pergunta que quase nunca é formulada: qual é a importância de uma mãe na vida de uma filha?
Marianne filma para tentar  entender como eram as mulheres da família e faz isso porque ela é mulher e tem uma filha. Sua relação com a mãe, Iris, é bastante abordada, aquela que era uma uma mulher que alternava sempre entre ser forte e ser vulnerável e que, no fim da vida, deprimiu-se e optou pela vulnerabilidade, no entanto, para Marianne, que sabe que a mão desejou abortá-la, é claro que foi preciso que a sua mãe morresse para que ela vivesse e se torna-se mãe.
Mas Iris reapareceu quando a filha Sara nasceu e a ela identificou na criança características da mãe, o que a intrigou .
A filha cresce, se muda para Cuba, se torna independente e ela tem que aprender a lidar com isso.
Na cena final  toca uma música árabe com letra muito bonita :
"Oh contador de histórias
Nos conte um história 
Seria melhor se fosse um conto
Conte das pessoas de tempos atrás
Conte sobre as 1001 noites
Sobre  Loundja , a filha da Ogra
E sobre o filho do sultão 
Nos conte uma história 
Leve-nos para um lugar distante na Terra
Nos conte uma história 
Todos nós temos uma história dentro do coração 
Conte-nos e esqueça que somos adultos
Nos veja como crianças que  acreditam em tudo
Conte-nos sobre a terra e o céu e sobre o pássaro que nunca voou
Nos ensine os significados da vida 
Nos conte um história 
Leve-nos para um lugar distante na Terra"

Algumas fotos:
Marianne e os filhos crianças

Sara, quando nasceu

Mariana visita a filha Sara em Cuba

Sara filma Marianne

Cenas de filmes se intercalam com fotos e videos caseiros

Cena final, quando toca a bela canção árabe

Marianne criança, com os irmãos Gaby e Elie

Marianne grávida

A Nona

Iris, no fim da vida

Iris e a filha Marianne

Um tchau de Iris