Na minha semana de passeio em Niterói,numa tarde livre no sábado, tive a oportunidade de assistir,pela TV, ao filme de Almodóvar que ainda não tinha visto , o "Mães paralelas"(2022), o que veio depois da pandemia e depois do belo e melancólico "Amor e glória".
Nesse filme Almodóvar parte de uma questão que muito me interessa, que é o resgate dos restos mortais de desaparecidos durante a Guera Civil espanhola e que são antepassados procurados pela da protagonista Janis, papel bem interpretado dela bela e talentosa Penélope Cruz.
Em meio à busca do local onde estavam os restos mortais de guerrilheiros da família, Janis conhece um arqueólogo e engravida dele. No parto, conhece a jovem Ana, adolescente que está muito infeliz por estar se tornando mãe tão jovem, sem apoio da família ou do pai da criança.
Janes e Ana se acolhem e vivem juntas os primeiros momentos da vida de seus filhos, até que um deles morre e o roteiro as coloca juntas e em confronto de forma surpreendente.
Não é um dos melhores filmes de Almodóvar, mas vale assistir, especialmente porque não retoma o fundo melancólico de fim da vida de "Dor e glória", apostando mais em um resgate da História, com citação do E.Galeano e tudo mais.
Outro ponto de destaque é que neste filme Almodóvar volta a um de seus temas centrais, as questões da mãe, figura forte, amantissima e falha. Não se compara ao maravilhoso "Tudo sobre mi madre", mas são narrativas e tocam muito a toda gente.
Bom mesmo foi reencontrar aquele ambiente belo dos filmes de Almodóvar, aquelas cores fortes, como sentia falta delas. No entanto, nesse filme,uma cor mais clara, quase pastel eu diria, mancha as cenas : um verdinho de cura, apaziguador.
Sou muito grata pela oportunidade de ter assistido a esse filme, mesmo que tardiamente.
