domingo, 22 de junho de 2025

"Meu amor", Beatriz Bracher


 


 


Entre maio e junho de 2025 eu emprestei da biblioteca do SESC Pompéia e arrisquei ler a coletânea de contos curtíssimos "Meu amor", da roteirista e escritora Beatriz Bracher. Não se trata de uma reunião de textos românticos como poderia sugerir o titulo, pois o amor aparece ali de diferenciadas formas,tantas vezes em suas complicações. Sendo textos enxutos e muitas vezes desafiadores dos quais,  em geral,  eu gostei bastante e destaco que são muito bem escritos: uma prosa  contemporânea e ágil que está o tempo todo dialogando com o audiovisual, telejornal, programas de auditório, cinema , jogos de cena (autora roteirista) e referências literárias... Bem interessante . Se eu fui arrastando a leitura do livro curtíssimo, confesso que fui, não foi porque não gostei, mas porque achei que ia chegar uma hora em que poderia dar aos textos a atenção que merecem. Isso não aconteceu e, infelizmente,  terminei a leitura sem muito aprofundamento, mas  satisfeita com a autora nova. Alguém leu esse livro? Conhece a autora?

Vejamos algumas poucas postagens que fiz nas redes durante a leitura



12 junho 
"Desde pequena sou devota de Sant'Anna, por ela ser uma avó que cria e porque ensinou Maria a ler e aceitou com carinho o neto sem pai. Ela é nossa padroeira, foi no dia da sua festa que nós, os negros de Campo Redondo, nos libertamos, muitos anos atrás, e voltamos a ser gente a céu aberto, com o primeiro Benedito à frente de nosso povo. Essa é nossa história, não o que aconteceu. A revolta foi marcada para acontecer no dia de Sant'Anna, mas Benedito, ancestral de todos nós, foi traído e, bem antes do dia 27, muitos de seus companheiros já tinham sido presos ou mortos. Benedito fugiu com os camaradas leais que sobraram, e a história não sabe mais seu rumo. Sant'Anna não pôde proteger sua revolta,o seu dia ainda não tinha chegado. Aqui em casa todos são filhos do primeiro Benedito e sabem que ele era um príncipe. No dia de Sant'Anna cantamos e dançamos a liberdade e nossa realeza negra, parida em vilas africanas de duas casas - o senhor e seu súdito -, e ficamos a cada ano, com a graça de Sant'Anna,mais acorrentados do que fomos um dia."("Zezé  Sussuarana", p.100)

13 junho 

DIAS DIFÍCEIS: Disse que eu ia ler Alice e Ulisses, mas antes achei melhor terminar o "Meu amor", livrinho que venho arrastando desde maio e agora só faltam algumas páginas para terminar. Nesse fim de semana, se for gelado, eu termino. Se não fossem os livros, o que seria de mim?🤔

14 junho
AUTORES JAPONESES: Estou a cerca de vinte páginas de concluir a leitura do breve  "Meu amor", de Beatriz  Bracher, livro de micro contos,  cuja  leitura venho arrastando desde o mês passado. Arrastei não porque achei ruim, longe disso, mas talvez porque essa narrativa  tão minimalista exija de mim muita atenção e, como vale a pena, quero dar mais atenção, daí vou deixando pra mais tarde, quando tiver mais tempo, mais foco... Enfim. Agora vou terminar mesmo. E em um dos continhos finais, uma narradora fez algo que eu amo, citou um autor  japonês! Kenzaburo Oe. Esse eu não conhecia, depois  soube que seus temas não são lá muito leves e que ganhou o Nobel de Literatura nos anos 1990. Pronto, agora quero ler, especialmente os contos (melhor jeito de me aproximar dos autores), mas vai ser difícil... Não achei em bibliotecas acessíveis. Ainda vou procurar  algum conto em PDF para  provar dessa escrita. Como é difícil encontrar literatura japonesa acessível. Nem um Nobel?😱