No dia 19 de agosto de 2025, mais uma terça feira gorda, com terapia e instrumental. Estava precisando muito da terapia e embora o dia estivesse agradável, a noite sempre vem com possibilidade de frio. Aliás foi o frio que me levou a faltar ao show semana passada!
Me arrumei bem "básica", não vejo a hora de me despedir do inverno
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| Toda de dourado |
Na terapia não tivemos uma sessão muito leve. Dias depois até escrevi:
" TERAPIA E LITERATURA: Agosto 2025 está passando rápido, mas parece estar me revelando algumas coisas não tão fáceis de aceitar. Talvez pelo grande impacto emocional do romance de Murakami sobre Tsukuru Tazaki, talvez pelo meu cansaço sem fim, ontem tive uma sessão bem densa de terapia. Falei do cansaço, da eterna sensação de estar perdida, da falta de reação. Não falei da história de Tsukuru (seria importante, mas não tive tempo). Fiquei com a provocação para refletir na quinzena: "tudo é tão pesado, cansativo, seria tão bom se pudesse contar com um apoio real, não?"
Poxa, imediatamente isso me lembrou o inesquecível livro "Ver : amor" de David Grossman. Nele, Momik menino na Jerusalém da década de 1950 (pós segunda guerra) queria e precisava do afeto de avós. Tinha a vovó Henri, que não descia da cama,mas estava lá. Especialmente "ganhou" Vassaman, um sequelado de campo de concentração que apareceu na sua casa e ele adotou como avô. Esse era mais próximo, sentava para almoçar com Momik todos os dias e isso o preenchia afetivamente demais,COMO SE ELE FOSSE UM AVÔ DE VERDADE, QUE CONVERSASSE e não ficasse só repetindo aquelas palavras incompreensíveis.
Momik "inventava o cais", inventava o amor perfeito dos avós a partir do amor, talvez incompleto, que ele tinha. Mas tinha. Inventava como as crianças fazem sempre (para elas,tudo o que não inventam é falso, diz o verso de Manoel de Barros na minha camisa em 2019) e a gente pode fazer,na melhor das hipóteses.
Resistiremos ..."
Bom, super tocada, fui rumo ao SESC Consolação, encontrei amigos de sempre, conversa agradável. O show foi tipicamente instrumental, o Duo "Conversa Brasileira", que voce pode conferir aqui:
O som bem intimista me levou às lágrimas algumas vezes (ainda pela terapia). No comentário posterior :
DUO CONVERSA BRASILEIRA NO INSTRUMENTAL: O duo formado por Vaisy Alencar (clarineta/clarone) e e Marcos de Sá (piano e acordeon) apresentou um show lindo, rico e emocionante. Preocupados com pesquisas sobre como mesclar som erudito e popular, sobre música de câmara brasileira e apostando em muitos sons, eu chorei mais de uma vez de beleza e de emoção, curando as feridas da terapia. Hoje valeu a pena 👏🏾🎇
Muito bom show, algumas fotos reunidas
Dias depois eu ainda postei sobre o show no Instagram, falando da composição Passa ponte, uma homenagem ao Manuel Bandeira.
"No último instrumental, o duo CONVERSA BRASILEIRA tocou uma composição autoral chamada PASSA PONTE. Explicaram que é referência ao poema Trem de ferro, no qual o trem passa por muita gente e muita coisa, inclusive a ponte, e também uma homenagem ao Manuel Bandeira, "que a gente ama". Eu pensei : até eu 😍"
A música é essa
Som muito romântico,muito brasileiro, amei
Ainda bem que temos o Instrmental!



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