No comentário de 13 páginas (quase um elogio) que meu artigo sobre os 'Dicionários infantis de Pedro Bloch' recebeu, o/a analista começa com um comentário quase melancólico, que ressente pela falta da citação ao grupo de escritores infantis da revista Recreio e dos anos 1970 (Ana Maria Machado, Joel Rufino, etc), que segundo o aparecer, conversariam sem maior dificuldade com o trabalho de Bloch.
É verdade, sim, mas em relação àqueles 'Dicionários',nesse primeiro momento, preferi não pensar o Bloch como autor de livros infantis, porque isso ele também foi mesmo e muito, mas eu quis destacar (até como fontes de pesquisa) os dicionários e os anedotários bloquianos como um grupo autônomo da produção literária infantil de Bloch, afinal eu percebo que nesse grupo de anedotas e compêndios, vejo que as crianças aparecem não só como destinatárias, mas como co-autoras dos livros e isso é o que me chama atenção.
Mas é claro que, se as crianças puderam ser efetivas co-autoras daquelas obras, isso tem relação direta com um oxigênio de ideias que circulava desde aquela década de 1970 e por isso os autores citados serão lembrados em outros trabalhos meus, frutos da pesquisa de pós-doc.
Afinal aqueles foram SIM os autores que eu li na infância (especialmente a Ana Maria Machado e a Ruth Rocha - as quais eu leio até hoje). E são deliciosos os livros daquela galera, não?
Sobre esse grupo, achei na internet um texto delicioso aqui.