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domingo, 3 de outubro de 2021

“Para Maria”, Nigéria | 2020, Direção: Damilola Orimogunje


 

Sinopse: Depois de um parto complicado em que sua vida estava em jogo e que resultou na perda de seu útero, Derin tem dificuldade de se conectar com sua filha recém-nascida, Maria. Isso faz com que Derin se desconecte cada vez mais do mundo ao seu redor, incluindo seu relacionamento com o marido Afolabi, que está cheio de ansiedade por não ser capaz de compartilhar a alegria da paternidade com sua esposa. O diretor e roteirista nigeriano Damilola Orimogunje nos apresenta ao mundo da depressão pós-parto após partos traumáticos e suas consequências na saúde mental da mãe.

Mais ou menos como  acontece com Juju Stories, esse longa explora a mesma temática de um dos curtas que assisti anteriormente, falo de A Renascida, de Damilola Orimogunje , que é esteticamente muito bonito e que comento  aqui. No longa temos a história do nascimento da Maria, filha da mãe Derin e do pai Wizo. Após um parto traumático onde seu útero precisou ser retirado, Derin não consegue conviver com a bebê, tocá-la, chamar seu nome,  olhar para ela, muito menos amamentá-la. A única pessoa que parece acolhe-la, até mais que ela própria, é o marido, que é sempre um fofo, carinhoso, defende-a dos ataques da sogra que, de forma bruta. joga na cara da mulher o quanto ela é uma mãe inadequada, o quanto ela deve se acostumar com as dores físicas e psicológicas, pois ser mãe é mesmo isso, enquanto que ela não é capaz de fazer nada nem mesmo comer direito para seu leite não secar e não deixar a filha passando fome. Mas Derin não consegue, é sempre uma tortura para ela, quando sua gengiva começa a sangrar, seus cabelos a cair, ela percebe que perdeu o senso de humor, o marido está perto, mas ele também não é capaz de tudo...

Maria, tão pequena, também não é capaz de compreender o inferno onde sua mãe vive, então chora, chora muito, sem parar: falta-lhe o laço materno, o mesmo que falta a Derin, que não se formou, se desfez após o parto, criando uma bebê sem mãe e uma mãe traumatizada e culpada.

Esse filme é muito sofrido,  especialmente para nós mulheres, mas esteticamente é belo observar como a ideia foi se desenvolvendo e passou de um breve poema imagético, no curta, para um longa mais realístico, ainda que não tenha aberto mão do caráter dramático. Algumas imagens:


A sogra acusadora, também acolhe

Mãe inadequada!

Pós parto traumático

Primeiro banho de Maria

Maria conhece o pai

Pai sofre por não viver alegria da paternidade,
mas é sempre só acolhimento

Mão e filha não se reconhecem

Mãe tenta pegar Maria no colo

Sogra que só acusa

Mãe : perdida

O útero teve que ser retirado

Você continua linda, como sempre

Pare de chorar Maria

Vai de chamar Maria! Todos alegres, menos a mãe

A mesma estética do curta: azul nos azulejos brancos

Ela tenta, mas não consgue

nem trabalhar 

Diagnóstico de depressão pós parto

Não reconheço minha filha

Maria chora e Derin força a estar com ela

Maria chega em casa

Primeiro beijo em Maria

Sem vínculo entre mãe e filha



Pouca celebração da paternidade

Um dos raros momentos em que
o casal se acolhe mutuamente