2021 foi um ano atípico, mesmo pensando em 2020, o ano da pandemia! Pra mim não foi nada fácil, especialmente porque tive que lidar com problemas que não eram só meus, foi um ano regido pela Oxum, muitas máscaras caíram e pude ver e sentir quem é quem ao meu redor. Consegui me sair até bem, mesmo tendo sentido minhas forças se esvaírem quase por completo, tive que me reinventar e termino o ano satisfeita porque consegui cuidar de quem precisou de mim e depois cuidar de mim mesma, como pede mamãe Oxum.
Como era o segundo ano da pandemia, as metas que eu tinha traçado são as de sempre ou então são muito subjetivas, o que eu jamais esperaria é que eu vivesse um ano tão pé no chão, de trabalhos manuais, solidão e preocupações. Hoje eu olho para 2021 e nem sei onde arrumei forças para atravessá-lo, mas atravessei. Vejamos as metas.
1 - CONTINUAR VIVA: META CUMPRIDA
Essa é a meta da vida e no meio de um ano pandêmico, ela é a meta de todos, sempre. No meu caso, muito mais do que no ano passado, eu pensei muito nela durante o ano, quando me vi, sozinha, tendo que resolver problemas sérios, cuidado de alguém doente, tendo medo e paciência possível, vendo que , sem mim, não sabemos como outra pessoa teria sobrevivido, isso respondeu ao questionamento do ano passado: para que eu estou viva. Agora sei e, como desejei nas metas para esse ano, nem precisei me questionar tanto sobre isso. Cresci muito esse ano!
2 - ACHAR UM MOZÃO : META NÃO CUMPRIDA
Tudo bem que essa meta aparece todo ano e nunca é cumprida, mas esse ano, de verdade, nem procurei nada. Não tive tempo, nem auto estima para isso, embora nunca tenha lamentado tanto estar passando por tudo o que passei tão sozinha, como quase toda a vida, e mais para o fim do ano, senti como se não soubesse mais o que é me interessar por alguém de novo, pedi ajuda a Hilda Hilst, que sempre manteve acesa a chama da paixão em sua vida e poesia. Não sei se me resolvi. Estou mesmo é cansada! 2021 foi tão desafiador, espero ter feito tudo bem para, quem sabe, merecer dias não tão tristes e solitários em 2022.
3- TRABALHAR MAIS: META CUMPRIDA
Faz tempo que tem essa meta nos anos, mas no meio da pandemia, não sabia nunca o que significava essa meta, com tanto desemprego, falências, fome. Precisei estar disponível full time boa parte desse ano, não tive tempo para fazer muita coisa, no começo do ano, ainda acompanhei congresso online pelo celular, da recepção do hospital, mas com o tempo não tive mais cabeça e disposição, fui ficando falida mesmo. Ao mesmo tempo, como consegui produzir muito em 2020, esse ano foi um ano de colheitas: publicações, artigos, palestras, até minha tese foi publicada em livro, meu primeiro livro, meu pai Oxóssi me presenteou com tanta prosperidade, vi meu nome estampado numa estante e pensei muito no meu pai, em como ele se orgulharia, mais do que todo mundo. Essa conquista, dedico a ele! Que 2022 seja um ano de trabalho, da retomada da vida "mais normal" e recomeço de uma vida que eu quero para mim, depois de ter me anulado tanto tempo, por motivos de força maior.
4- TREINAR O MÁXIMO POSSÍVEL: META CUMPRIDA
Como esse ano foi o tão sonhado ano da vacina, tanto para mim quanto para minha mãe, em algum momento, no caso meu caso, no fim de agosto eu estava imunizada com duas doses da Pfizer. A primeira coisa que eu fiz foi me matricular na academia. Tinha engordado muito, estava fraca, deprimida, achando que nunca mais voltaria ao que era antes, porque teve um período, um longo período, que nem caminhar eu podia mais. No começo foi muito duro, pessoas novas, horários novos, muita solidão e medo porque meus hormônios deram alterados. Achei que precisava de ajuda médica, procurei uma endocrino e uma nutri, precisava de disposição para continuar. Tem dado tudo certo, emagreci e logo me senti mais forte, mas minha auto estima não aumentou, ainda não tenho coragem de sair de casa. Espero que em 2022 eu continue melhorando.
5- BUSCAR OS SENTIDOS DA VIDA : META CUMPRIDA
Como disse acima, nesse ano complicado eu descobri um sentido da vida, um sentido até espiritual: tenho que cuidar da minha mãe, que é minha família. Que eu tenha força para isso, porque muitas vezes temo que não terei. Mas com fé em Deus e nos Orixás, vou levando a vida sa forma menos triste possível, em sintonia com minha ancestralidade em 2022.