À esquerda fotografia conhecida de Huey Newton, fundador do Partido dos Panteras Negras, assassinado em Oakland em 1989. À direita, Pantera Negra do filme de 2018. |
Primos Pantera Negra do filme: Erik Killmonger (à esquerda) encara seu primo T’Challa (à direita). |
O texto " Dois Panteras Negras", de Slavoj Žižek, é para er depois de assistir ao filme. Eu gostei do texto, mas acho que ele mergulha tão profundamente que, em alguns momentos, chega a se perder, mas no final nos faz retornar ao filme apresentando a questão que, para mim, é a mais importante :
"Quais são os sinais que nos permitem reconhecer na figura de Killmonger o verdadeiro herói do filme? São muitos. Talvez o mais forte esteja na cena de sua morte, em que o gravemente ferido Erik opta por morrer ao invés de ser curado e sobreviver na falsa abundância de Wakanda – o forte impacto ético das últimas palavras de Killmonger imediatamente desmonta a ideia de que ele seria um simples vilão convencional. O que se segue é então um momento extraordinariamente caloroso: pouco antes de morrer, Killmonger senta-se na beira do precipício de uma montanha observando o lindo pôr do sol de Wakanda e seu primo T’Challa, que acaba de derrotá-lo, senta-se ao seu lado. Não há ódio aqui, apenas dois homens bons com visões políticas diferentes compartilhando seus últimos momentos juntos após o desfecho da batalha – uma cena inimaginável em um filme tradicional de ação que geralmente culmina na virulenta destruição do inimigo… Esses momentos finais, por si sós, lançam uma dúvida sobre a leitura mais imediata do filme e nos convidam a uma reflexão muito mais profunda."