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sábado, 4 de maio de 2019

Sobre relacionamento e o sexo, para uma tribo africana

Segundo Sobonfu Somé
("Os relacionamentos humanos, quando começam a se aprofundar, entram mo cabal do ritual. Os relacionamentos mais íntimos desenvolvem-se constantemente como ritual. Assim, qualquer coisa próxima, qualquer coisa íntima, é impossível sem um espaço ritual. Qualquer coisa que leve as pessoas a expressarem, umas para as outras, algo diferente de sua vida diária, toca no mundo espiritual, no mundo ancestral e é, portanto, um evento ritual". Sobonfu Somé In: O Espírito da intimidade, p.34/63)

Mais sobre relacionamentos afelivos para o pensamento tribal africano :
"O povo Dagana não tem uma palavra específica para se referir ao sexo. Expressamos o conceito de sexo como uma viagem com alguém. A pessoa não quer fazer sexo com a outra, ela quer ir a algum lugar. Normalmente esse lugar é desconhecido para os dois. Conhecem, porém, alguém que o conhece - seja o espírito do avô, seus ancestrais, seu cão, seu gato, ou algum espírito que encontram no curso da vida." 
(Sobonfu Somé. O Espírito da Intimidade, p.92)

terça-feira, 19 de março de 2019

O espírito da ancestralidade


(Colagem Estúdio Nono/Superinteressante.
In:https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/)

Ainda sobre o livro africano, tô reconhecendo tantas coisas que eu já tinha experimentado nas minhas poucas, porém intensas, experiências com o Candomblé  e, sobretudo, "aprendendo" tantas coisas.
Vejamos esse trecho interessante:


"Quando povos tribais falam de espírito, estão, basicamente, referindo-se à força vital que há em tudo. Podemos, por exemplo, citar o espírito de um animal, ou seja, a força vital daquele animal que nos ajuda a realizar o propósito de nossa vida e a manter nossa conexão com o mundo espiritual. 
O espírito humano é igual. Em nossa direção, cada um de nós é visto como espírito que tomo forma humana, para desempenhar um propósito. Espírito é a energia que nos ajuda a nos unir, que nos ajuda a ver além de nossos parâmetros racialmente limitados.

Também nos ajuda nos rituais e na conexão com nossos ancestrais. 
Os ancestrais também são chamados de espíritos. O espírito de um ancestral tem a capacidade de ver não só o mundo visível do espírito, mas também este mundo. Assim, serve como nossos olhos dos dois lados. É esse poder dos ancestrais que nos ajuda a direcionar nossa vida e evitar abismos.


Espíritos ancestrais podem ver o futuro, o passado e o presente. Eles vêem dentro e fora de nós. Sua visão cruza dimensões. Eles têm a sorte de não ter corpos físicos como nós, Sem a limitação do corpo, eles têm a fluidez de um olho que pode se voltar para várias direções e ver de muitas formas."(Sobonfu Somé. O Espírito da Intimidade - Ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Trad. Deborah Weinberg. 2a. ed.  Odysseus Ed., 2007,  p. 26).


Pensei tantas coisas lendo isso! Coisas referentes à nossa herança africana, como por exemplo o culto aos orixás (que são divindades que representam o tal elã vital (espírito) de elementos da natureza, não é isso?) e daí serem também representações da nossa ancestralidade...
Mas, pensando a partir do ponto de vista ocidental, a visão multifocal dos ancestrais, que vêem passado, presente e futuro num mesmo lapso de tempo, me faz lembrar "teorias" da História das mais modernas e interessantes, como a de Walter Benjamin ...
Tô pirando nesse livrinho, vocês nem imaginam! 

sábado, 16 de março de 2019

Um presente sobre os afetos

Capa de O epírito da Intimidade

Ando com muita dificuldade em ler coisas que não sejam profissionais. Desde o começo do ano já iniciei a leitura de dois livros que gostaria de ler de verdade, mas não conseguia me fixar na leitura. Nenhum dos dois foi porque eu não tenha me interessado, mas por motivos outros, motivos internos... mas esta  semana ganhei de presente um pequeno  livro muito bonito, sobre as maneiras de se relacionar em uma aldeia africana. Estou lendo bem aos poucos, me deliciando a cada palavra e me encantando com cada descoberta, como eu gosto. Eu acho que era isso que eu precisava ler, para ver se dessa vez eu desemperro a leitura. 
Também, com um livro lindo desses, não dá para não animar. Vejamos um trechinho bem pequeno:

"A intimidade, em termos gerais, é uma canção do espírito, que convida duas pessoas a compartilharem seu espírito. É uma canção que ninguém pode resistir. Acordados ou dormindo, em comunidade ou sozinhos, ouvimos a canção. Não conseguimos ignorá-la."
Sobonfu Somé. O Espírito da Intimidade - Ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Trad. Deborah Weinberg. 2a. ed.  Odysseus Ed., 2007,  p. 25.

Conforme for lendo, posto trechinhos bonitos aqui para compartilhar com vocês, como costumo fazer ...