(Colagem Estúdio Nono/Superinteressante. In:https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/) |
Ainda sobre o livro africano, tô reconhecendo tantas coisas que eu já tinha experimentado nas minhas poucas, porém intensas, experiências com o Candomblé e, sobretudo, "aprendendo" tantas coisas.
Vejamos esse trecho interessante:
"Quando povos tribais falam de espírito, estão, basicamente, referindo-se à força vital que há em tudo. Podemos, por exemplo, citar o espírito de um animal, ou seja, a força vital daquele animal que nos ajuda a realizar o propósito de nossa vida e a manter nossa conexão com o mundo espiritual.
O espírito humano é igual. Em nossa direção, cada um de nós é visto como espírito que tomo forma humana, para desempenhar um propósito. Espírito é a energia que nos ajuda a nos unir, que nos ajuda a ver além de nossos parâmetros racialmente limitados.
Também nos ajuda nos rituais e na conexão com nossos ancestrais.Os ancestrais também são chamados de espíritos. O espírito de um ancestral tem a capacidade de ver não só o mundo visível do espírito, mas também este mundo. Assim, serve como nossos olhos dos dois lados. É esse poder dos ancestrais que nos ajuda a direcionar nossa vida e evitar abismos.
Espíritos ancestrais podem ver o futuro, o passado e o presente. Eles vêem dentro e fora de nós. Sua visão cruza dimensões. Eles têm a sorte de não ter corpos físicos como nós, Sem a limitação do corpo, eles têm a fluidez de um olho que pode se voltar para várias direções e ver de muitas formas."(Sobonfu Somé. O Espírito da Intimidade - Ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Trad. Deborah Weinberg. 2a. ed. Odysseus Ed., 2007, p. 26).
Pensei tantas coisas lendo isso! Coisas referentes à nossa herança africana, como por exemplo o culto aos orixás (que são divindades que representam o tal elã vital (espírito) de elementos da natureza, não é isso?) e daí serem também representações da nossa ancestralidade...
Mas, pensando a partir do ponto de vista ocidental, a visão multifocal dos ancestrais, que vêem passado, presente e futuro num mesmo lapso de tempo, me faz lembrar "teorias" da História das mais modernas e interessantes, como a de Walter Benjamin ...
Tô pirando nesse livrinho, vocês nem imaginam!
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