CRIANÇAS DE LÁ
Miguilim, Dito, Nhinhinha, Brejeirinha, Diadorim e o poder alegre criativo e livre do Homo ludens na obra de Rosa
Micheliny Verunsck
Micheliny Verunsck
A obra de João Guimarães Rosa é povoada de seres miúdos, assombrados com os mistérios do mundo, encantados com as promessas da palavra. Se o leitor aguçar o ouvido, as risadas de meninos e meninas podem ser percebidas facilmente deslizando pelas páginas dos livros do escritor mineiro.
Rosa foi, ele mesmo, uma dessas crianças alumbradas. Joãozito, como era chamado pela família, gastava horas entretido em observar o mundo natural ao seu redor e brincar com ele. Pequenos insetos, como formigas e besouros, eram seus companheiros de infância. Construtor de alçapões, ilhas e cidades imaginárias, o menino, sem saber, ia lapidar o olhar do escritor que seria no futuro.
Na antológica entrevista dada ao poeta paraibano Ascendino Leite em 1946. O autor revela:
“Gostava de estudar sozinho e de brincar de geografia. Mas, tempo bom, de verdade, só começou com a conquista de algum isolamento, com a segurança de poder fechar-me num quarto e trancar a porta. Deitar no chão e imaginar histórias, poemas, romances, botando todo mundo conhecido como personagens, misturando as melhores coisas vistas e ouvidas, numa combinação mais limpa e mais plausível, porque – como muita gente já compreendeu e já falou – a vida não passa de histórias mal arranjadas, de espetáculo fora de foco. A arte e o céu serão, pois, assunto mais sério, e também são países de primeira necessidade.”
Ainda nessa mesma entrevista, Guimarães Rosa revelou o desejo de escrever um tratado sobre brinquedos para meninos quietos. O tratado não foi escrito, mas a julgar pela propriedade com que trata da infância em seus livros o autor acreditava e defendia plenamente o Homo ludens, aquele ser total e livre que faz da alegria da brincadeira o seu modo de estar no mundo, de reger o universo.
Entre perdas e ganhos
Publicada originalmente no volume Corpo de Baile (1956), “Miguilim: Campo Geral, conta sobre Miguel de 08 anos de idade, que vive com a família na localidade chamada Mutum.Nesse cenário, os dramas familiares conduzem a vida e o crescimento do personagem-título. Miguilim, como é chamado, é companheiro inseparável do caçula, Dito. Se Migulim é mais velho, Dito é mais sábio, ponderado, a bússola que rege as atitudes do irmão:
“Dito, menor, muito mais menino e sabia em adiantado as coisas, com uma certeza, descarecia de perguntar. Ele, Miguilim, mesmo quando sabia, espiava na dúvida, achava que podia ser errado. Até as coisas que ele pensava, precisa de contar ao Dito, para o Dito reproduzir com aquela força séria, confirmada, para então ele acreditar que era mesmo verdade.” (Em Ficção Completa. Nova Aguiar, 1994)
Eles se completam e complementam numa combinação entre razão e sensibilidade. Numa família em que a criança não tem voz, Miguilim, com sua fragilidade, busca, ainda que de modo instável, se fazer ouvir e mais, marcar sua presença. E daí seus conflitos com o pai, Nhô Beto, responsável pelas violentas surras que o menino leva e por algumas das grandes perdas pelas quais passa, como a cadela predileta, Cuca Pingo-de-Ouro, que o pai dá a tropeiros, e os passarinhos que ele criava, que o pai solta depois de uma contrariedade.
O único adulto atencioso para com Miguilim é o irmão do pai, o Tio Terêz. No entanto, o menino está colocado no meio do conflito dos grandes, já que pai e tio disputam o amor da mãe, Nhanina. Solicitado a entregar a ela um bilhete do tio, Miguilim sente que isso não deve ser feito. Entre desapontar o único amigo adulto e agir contra sua consciência, o menino passa por uma crise dolorosa até optar pelo caminho moral e devolver o bilhete ao tio.
“Campo Geral” é, de certo modo, uma fábula sobre o crescimento, a partir da infância. A cena em que o menino queima no quintal todos os seus brinquedos é emblemática. E nesse percurso, Dito age como um mestre que ensina Miguilim a ouvir seu coração e também a cultivar e manter uma alegria intima mesmo perante acontecimentos ruins ou a própria morte.
O crescimento do personagem é metaforizado pelos óculos que recebe ao se constatar a miopia de que sofria e pela partida para o Curvelo para estudar. A morte de Dito, por tétano, é também importante nesse processo de crescimento, já que Miguilim carece de autonomia, de ser dono de seus próprios caminhos.
Todo poder da palavra
Na prosa de Guimarães Rosa a palavra e seu poder encantatório merecem lugar de destaque. A palavra faz e desfaz, reside nela a capacidade demiúrgica de inventar (ou reinventar o mundo). E essa parece ser a lição que Primeiras Estórias, publicado em 1962, oferece. Em várias passagens desse livro de 21 contos as crianças manipulam palavra e linguagem e,com isso, se empoderam.
No conto “A Menina de Lá” , Nhinhinha, de menos de 4 anos, vive a palavra em estado poético, espantando os adultos que não sabem que viver e fazer poesias são mesmo uma coisa uma coisa só. Basta falar que a menina tem qualquer desejo magicamente realizado, numa radicalização tanto da força da palavra selvagem e limpa de vícios como a onipotência infantil. Para a menina, tudo se realiza : ver um sapo, pamonhinhas de goiabada, tudo, mesmo aquilo que ao adulto pareça mais irresponsável e repreensível.
“Mas houve que, a certo momento, Tiantônia repreendeu a menina, muito brava, muito forte, sem usos, até a Mãe e o Pai não entenderam aquilo, não gostaram (...) É vai: Nhinhinha adoeceu e morreu. Diz-se que de má água desses ares (...) Ai Tiantônia tomou coragem, carecia de contar: que naquele dia, do arco-íris da chuva, do passarinho, Nhinhinha tinha falado despropositado desatino, por isso com ela ralhara. O que fora: que queria um caixãozinho cor-de-rosa, com enfeites verdes brilhantes...”
Nhinhinha como poesia “natural”, anímica, não é desse mundo, é “de lá”, de outra lógica, de outra relação com a linguagem e com a natureza. Ela não se diferencia dessas instâncias. Ao contrário de Brejeirinha, personagem do conto “Partida do audaz navegante.” Irmã mais nova de Pele e Ciganinha, Brejeirinha é literatura inaugurada, “formadora de artes”, para usar uma expressão do narrador. Embora ainda não domine de todo os significantes, ela os toma para seu uso sem medo, apodera-se deles a seu modo, dando-lhes forma com uma plasticidade infantil. Ao contar a história do Audaz Navegante, que ela chama de Aldaz, Brejeirinha brinca com o vocabulário,o flexibiliza. A palavra reveste-se, então, de novos significados, é reinventada.
Brejeirinha é dona da narrativa e faz poesia de caso pensado, elabora-a. É uma menina cerebral, com inquietações mentais. “Sem saber o amor, a gente pode ler os romances grandes?”, indaga ela. As irmãs e o primo, Zito, orbitam em torno da contadora de histórias, vivem os dramas que ela inventa. Mesmo Pele, que a confronta continuamente, não é capaz de se desvencilhar do fio de suas histórias:
“O Aldaz Navegante não gostava de mar! Ele tinha assim mesmo de partir? Ele amava uma moça, magra. Mas o mar veio, em vento, e levou o navio dele, com ele dentro,escrutínio. O Aldaz Navegante não podia nada, só o mar, danado de ao redor, preliminar. O Aldaz Navegante se lembrava muito da moça. O amor é original... ”
Em “Pirlimpsquice”, do mesmo livro, um grupo de crianças ensaia uma peça. “Os Filhos do Doutor Famoso”, para apresentar em um evento do internato. Até a estréia, isso se torna seu segredo, [ou brinquedo]. Os meninos giram em torno da peça, sentem-se importantes, tocados pelo maravilhoso. O conto, narrado por um dos atores anos depois, fala dessas sensações e emoções vividas pelo grupo. E mais, conta da manifestação da poiesis como atuação do divino, que vai se encontrar, por exemplo, na concepção grega do poeta que, recebendo dos deuses o sopro sagrado [chamado de hierón pneûma], entra em transe e canta, faz poesia.
Ao esquecerem o texto tão exaustivamente ensaiado, os garotos são tomados por “palavras de outro ar .” Diz o narrador:
“Sei, de, mais tarde, me dizerem: que tudo tinha e tomava o forte o belo sentido, esse drama do agora, desconhecido, estúrdio, de todos o mais bonito, que nunca houve, ninguém escreveu, não se podendo representar outra vez e nunca mais.”
Vêem o não-visto
A infância na obra de Guimarães Rosa nunca é figurante. O “menino” Diadorim, de Grande sertão: Veredas (1956) por exemplo, tem coragem e brilho ímpares. O encontro com ele, na infância, marcará para sempre Riobaldo, será determinante para o amor sem-nome que lhe dedicará. Diadorim menino,carrega consigo uma aura de escolhido, de enviado. Não é uma criança comum: “Sou diferente de todo o mundo. Meu pai disse que careço de ser diferente, muito diferente...”.
Aliás, não há lugar comum para as crianças de Guimarães Rosa. Do garoto de “As Margens da Alegria” e “Os Cimos” [Primeriras Estórias] ao menino Guirigó, que conduz o cego Borromeu em Grande sertão: Veredas, toda criança vê mais do que os adultos em sua volta podem imaginar. Vêem o não-visto. A poesia que inaugura todas as coisas.
Rosa foi, ele mesmo, uma dessas crianças alumbradas. Joãozito, como era chamado pela família, gastava horas entretido em observar o mundo natural ao seu redor e brincar com ele. Pequenos insetos, como formigas e besouros, eram seus companheiros de infância. Construtor de alçapões, ilhas e cidades imaginárias, o menino, sem saber, ia lapidar o olhar do escritor que seria no futuro.
Na antológica entrevista dada ao poeta paraibano Ascendino Leite em 1946. O autor revela:
“Gostava de estudar sozinho e de brincar de geografia. Mas, tempo bom, de verdade, só começou com a conquista de algum isolamento, com a segurança de poder fechar-me num quarto e trancar a porta. Deitar no chão e imaginar histórias, poemas, romances, botando todo mundo conhecido como personagens, misturando as melhores coisas vistas e ouvidas, numa combinação mais limpa e mais plausível, porque – como muita gente já compreendeu e já falou – a vida não passa de histórias mal arranjadas, de espetáculo fora de foco. A arte e o céu serão, pois, assunto mais sério, e também são países de primeira necessidade.”
Ainda nessa mesma entrevista, Guimarães Rosa revelou o desejo de escrever um tratado sobre brinquedos para meninos quietos. O tratado não foi escrito, mas a julgar pela propriedade com que trata da infância em seus livros o autor acreditava e defendia plenamente o Homo ludens, aquele ser total e livre que faz da alegria da brincadeira o seu modo de estar no mundo, de reger o universo.
Entre perdas e ganhos
Publicada originalmente no volume Corpo de Baile (1956), “Miguilim: Campo Geral, conta sobre Miguel de 08 anos de idade, que vive com a família na localidade chamada Mutum.Nesse cenário, os dramas familiares conduzem a vida e o crescimento do personagem-título. Miguilim, como é chamado, é companheiro inseparável do caçula, Dito. Se Migulim é mais velho, Dito é mais sábio, ponderado, a bússola que rege as atitudes do irmão:
“Dito, menor, muito mais menino e sabia em adiantado as coisas, com uma certeza, descarecia de perguntar. Ele, Miguilim, mesmo quando sabia, espiava na dúvida, achava que podia ser errado. Até as coisas que ele pensava, precisa de contar ao Dito, para o Dito reproduzir com aquela força séria, confirmada, para então ele acreditar que era mesmo verdade.” (Em Ficção Completa. Nova Aguiar, 1994)
Eles se completam e complementam numa combinação entre razão e sensibilidade. Numa família em que a criança não tem voz, Miguilim, com sua fragilidade, busca, ainda que de modo instável, se fazer ouvir e mais, marcar sua presença. E daí seus conflitos com o pai, Nhô Beto, responsável pelas violentas surras que o menino leva e por algumas das grandes perdas pelas quais passa, como a cadela predileta, Cuca Pingo-de-Ouro, que o pai dá a tropeiros, e os passarinhos que ele criava, que o pai solta depois de uma contrariedade.
O único adulto atencioso para com Miguilim é o irmão do pai, o Tio Terêz. No entanto, o menino está colocado no meio do conflito dos grandes, já que pai e tio disputam o amor da mãe, Nhanina. Solicitado a entregar a ela um bilhete do tio, Miguilim sente que isso não deve ser feito. Entre desapontar o único amigo adulto e agir contra sua consciência, o menino passa por uma crise dolorosa até optar pelo caminho moral e devolver o bilhete ao tio.
“Campo Geral” é, de certo modo, uma fábula sobre o crescimento, a partir da infância. A cena em que o menino queima no quintal todos os seus brinquedos é emblemática. E nesse percurso, Dito age como um mestre que ensina Miguilim a ouvir seu coração e também a cultivar e manter uma alegria intima mesmo perante acontecimentos ruins ou a própria morte.
O crescimento do personagem é metaforizado pelos óculos que recebe ao se constatar a miopia de que sofria e pela partida para o Curvelo para estudar. A morte de Dito, por tétano, é também importante nesse processo de crescimento, já que Miguilim carece de autonomia, de ser dono de seus próprios caminhos.
Todo poder da palavra
Na prosa de Guimarães Rosa a palavra e seu poder encantatório merecem lugar de destaque. A palavra faz e desfaz, reside nela a capacidade demiúrgica de inventar (ou reinventar o mundo). E essa parece ser a lição que Primeiras Estórias, publicado em 1962, oferece. Em várias passagens desse livro de 21 contos as crianças manipulam palavra e linguagem e,com isso, se empoderam.
No conto “A Menina de Lá” , Nhinhinha, de menos de 4 anos, vive a palavra em estado poético, espantando os adultos que não sabem que viver e fazer poesias são mesmo uma coisa uma coisa só. Basta falar que a menina tem qualquer desejo magicamente realizado, numa radicalização tanto da força da palavra selvagem e limpa de vícios como a onipotência infantil. Para a menina, tudo se realiza : ver um sapo, pamonhinhas de goiabada, tudo, mesmo aquilo que ao adulto pareça mais irresponsável e repreensível.
“Mas houve que, a certo momento, Tiantônia repreendeu a menina, muito brava, muito forte, sem usos, até a Mãe e o Pai não entenderam aquilo, não gostaram (...) É vai: Nhinhinha adoeceu e morreu. Diz-se que de má água desses ares (...) Ai Tiantônia tomou coragem, carecia de contar: que naquele dia, do arco-íris da chuva, do passarinho, Nhinhinha tinha falado despropositado desatino, por isso com ela ralhara. O que fora: que queria um caixãozinho cor-de-rosa, com enfeites verdes brilhantes...”
Nhinhinha como poesia “natural”, anímica, não é desse mundo, é “de lá”, de outra lógica, de outra relação com a linguagem e com a natureza. Ela não se diferencia dessas instâncias. Ao contrário de Brejeirinha, personagem do conto “Partida do audaz navegante.” Irmã mais nova de Pele e Ciganinha, Brejeirinha é literatura inaugurada, “formadora de artes”, para usar uma expressão do narrador. Embora ainda não domine de todo os significantes, ela os toma para seu uso sem medo, apodera-se deles a seu modo, dando-lhes forma com uma plasticidade infantil. Ao contar a história do Audaz Navegante, que ela chama de Aldaz, Brejeirinha brinca com o vocabulário,o flexibiliza. A palavra reveste-se, então, de novos significados, é reinventada.
Brejeirinha é dona da narrativa e faz poesia de caso pensado, elabora-a. É uma menina cerebral, com inquietações mentais. “Sem saber o amor, a gente pode ler os romances grandes?”, indaga ela. As irmãs e o primo, Zito, orbitam em torno da contadora de histórias, vivem os dramas que ela inventa. Mesmo Pele, que a confronta continuamente, não é capaz de se desvencilhar do fio de suas histórias:
“O Aldaz Navegante não gostava de mar! Ele tinha assim mesmo de partir? Ele amava uma moça, magra. Mas o mar veio, em vento, e levou o navio dele, com ele dentro,escrutínio. O Aldaz Navegante não podia nada, só o mar, danado de ao redor, preliminar. O Aldaz Navegante se lembrava muito da moça. O amor é original... ”
Em “Pirlimpsquice”, do mesmo livro, um grupo de crianças ensaia uma peça. “Os Filhos do Doutor Famoso”, para apresentar em um evento do internato. Até a estréia, isso se torna seu segredo, [ou brinquedo]. Os meninos giram em torno da peça, sentem-se importantes, tocados pelo maravilhoso. O conto, narrado por um dos atores anos depois, fala dessas sensações e emoções vividas pelo grupo. E mais, conta da manifestação da poiesis como atuação do divino, que vai se encontrar, por exemplo, na concepção grega do poeta que, recebendo dos deuses o sopro sagrado [chamado de hierón pneûma], entra em transe e canta, faz poesia.
Ao esquecerem o texto tão exaustivamente ensaiado, os garotos são tomados por “palavras de outro ar .” Diz o narrador:
“Sei, de, mais tarde, me dizerem: que tudo tinha e tomava o forte o belo sentido, esse drama do agora, desconhecido, estúrdio, de todos o mais bonito, que nunca houve, ninguém escreveu, não se podendo representar outra vez e nunca mais.”
Vêem o não-visto
A infância na obra de Guimarães Rosa nunca é figurante. O “menino” Diadorim, de Grande sertão: Veredas (1956) por exemplo, tem coragem e brilho ímpares. O encontro com ele, na infância, marcará para sempre Riobaldo, será determinante para o amor sem-nome que lhe dedicará. Diadorim menino,carrega consigo uma aura de escolhido, de enviado. Não é uma criança comum: “Sou diferente de todo o mundo. Meu pai disse que careço de ser diferente, muito diferente...”.
Aliás, não há lugar comum para as crianças de Guimarães Rosa. Do garoto de “As Margens da Alegria” e “Os Cimos” [Primeriras Estórias] ao menino Guirigó, que conduz o cego Borromeu em Grande sertão: Veredas, toda criança vê mais do que os adultos em sua volta podem imaginar. Vêem o não-visto. A poesia que inaugura todas as coisas.
Texto originalmente publicado em:
VERUNSCHK, Micheliny
2008 Crianças de lá: Miguilim, Dito, Nhinhinha, Brejeirinha, Diadorim e o poder alegre, criativo e livre do Homo ludens na obra de Rosa. Revista Discutindo Literatura- especial Guimarães Rosa. Ano 1, no. 04. P.p. 41-3
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