
Só que eu queria neste texto falar da crítica ao filme pois, mesmo que "a linguagem musical baste", sempre é preciso selecionar, inclusive as músicas. Trata-se, sim, de um belo e imperdível filme, mas nada é perfeito, seus senãos, que deveriam aparecer nos textos críticos sobre o documentário, mas não aparecem. Os poucos que li não brincam de exercer a crítica, não. É tudo divino e maravilhoso maravilhoso no filme, "uma exaltação da cultura do país", essas coisas! No filme não temos, propositalmente, um acumulado de informações extra musicais, é uma overdse de Jobim que, confesso, beira o delicioso em alguns momentos... mas as músicas, só elas, da maneira conforme foram selecionadas, também acabam passando de algum jeito as informações , tão desejadas pelos admirdores de documentários. Aos meus olhos de expectadora (não de crítica de cinema), ai está um de seus problemas: para levantar a bandeira de um Tom que beire a perfeição, era preciso mostrar uma imagem de aplausos no festival da canção em 1968, no qual a canção Sabiá de Tom e Chico Buarque, na verdade, foi vaiada(todo mundo que sabe um pouco de história da música conhece esse episódio)? Não é possível registar nenhum possível tropeço na homenagem? Então o "documentário pós moderno", que não se presta a ser didático, também se permite passar informações possivelmente erradas?
Claro que estou colocando isso de "entrona", afinal não existe propriamente o certou ou o errado, mas alguma coloção mais crítica que apronte momentos como este deveria aparecer nos comentários críticos que, até onde vi, de crítica muito pouco tem e parecem engrossar o coro dos exaltadores da cultura nacional.
Se mesmo os "críticos" não exercitam a visão crítica, onde iremos chegar?
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