quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A OSWALD DE ANDRADE POR OCASIÃO DA DESCOBERTA DA LITERATURA BRASILEIRA


É verdade que a "redescoberta" da obra de Oswald de Andrade está modificando muito minha visão de mundo!
Livros que a gente não consegue parar de ler e se deliciar como Poesia Pau Brasil, Perfeito cozinheiro das almas deste mundo e especialmente o Primeiro Caderno do Aluno de poesia Oswald de Andrade estão acendendo luzes coloridas sobre minha vida, minha história (a do Brasil), meu gosto e, enfim, sobre meu doutorado.
Gosto muito de saber que moro em um lugar onde existiu um Oswald de Andrade... Encontramos preciosidades na poesia oswaldiana:

Amor

Humor


3 de maio
Aprendi com meu flho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi

Senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia

O gramático
Os negros discutiam
Que o cavalo sipantou
Mas o que mais sabia
Disse que era
Sipantarrou

Relicário
No baile da Corte
Foi o Conde d'Eu quem disse
Pra Dona Benvinda de Suruí
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí

Aqui temos aquele que pode ser considerado o "primeiro esboço de poema concreto brasileiro", feito com carimbo (é, o lirismo está em qualquer lugar!):


Dá para não adorar?

Um comentário:

Marcello disse...

Camila, Oswald de Andrade ajuntava em si os adjetivos que definem o verdadeiro escritor vanguardista: a inteligência aguda, a criatividade inquieta, o inconformismo e, sobretudo, a enorme sensibilidade. Não dá pra não adorar. A propósito, obrigado por participar da brincadeira lá no 'diabo'. Próxima segunda, a revelação. Aguarde.