Conhecemos a história social da infância, aquela que se debruça sobre os lugares que as crianças vieram ocupando no decorrer do tempo em diversas sociedades. Ou então, história da infância, que pode corresponder ao processo de invenção da criança como a conhecemos hoje e que é uma idéia moderna.
Sabe-se que chamamos de História tudo o que foi registrado como ocorrido no tempo após a invenção da escrita.
Segundo autores contemporâneos, infância é um fenômeno que não pode ser considerado independentemente da linguagem, que para as crianças, seria oral. (AGMBEN, Giogio.Infância e História: Destruição da experiência e origem da história.Belo Horizonte: Humanitas. UFMG.2008) Então como pensar numa história da criança, se a criança é pura vivência e a História pressupõe reflexão e narrativa?
Apesar de esforços como o de Mary DelPriore e seu livro muito ao modo dos franceses da História da Vida Privada, ouviu vozes de pesquisadores, sociólogos, historiadores, pedagogos, etc, para organizar seu livro "História das crianças no Brasil", onde, como vocês podem imaginar, vemos um excelente livro sobre história da infância no Brasil, não sobre história da criança brasileira.
Atualmente -e isso cabe aqui como o registro inicial de um processo de pesquisa- acho que se a criança pode ser conceituada como uso/não uso de linguagem e sua linguagem não considera a escrita, talvez possamos pensar com mais propriedade em uma pré-história da criança.
Como seria isso? (ótima pergunta, não acharam?) rs
Penso que para respondê-la teríamos que recuar para muito antes do advento da linguagem escrita e até mesmo da linguagem oral, quando tudo era silêncio e ruído:
Mas acredita-se, hoje em dia, que o cérebro humano possui um "módulo de linguagem", que seria inato e corresponderia a comunicação não verbal (daí a hipótese do ser humano ser possivelmente um ser narrativo), ou à fala.
Para podermos falar, precisamos regular a passagem do ar (preciso estudar mais sobre isso). Ora, o que é regular e sistematizar a passagem do tempo? É adquirir ritmo!
A primeira linguagem da criança pode não ser nem escrita nem oral, mas sim rítmica.
Crianças são muito atraídas por experiências rítmicas, não são? Elas adoram músicas ritmadas, que conseguem seguir facilmente... sim, estamos no mundo pré histórico, no máximo de primitivo possível.Eu estudo um escritor que se voltou para a linguagem não verbal de sertanejos, ou seja, linguagem de seres que vivem no sertão (que é alegoria do primitivo, do desconhecido, do pré histórico?), uma linguagem que não deve ser considerada sem valorizar o que nela está expresso pelo ritmo... por isso que deve ler Guimarães Rosa em voz alta e atentar para o que nele pulsa ritimicamente!
Vocês devem achar que eu estou louca, não duvido dessa possibilidade...mas tudo isso ainda está muito no começo. Veremos no que vai dar.
Sabe-se que chamamos de História tudo o que foi registrado como ocorrido no tempo após a invenção da escrita.
Segundo autores contemporâneos, infância é um fenômeno que não pode ser considerado independentemente da linguagem, que para as crianças, seria oral. (AGMBEN, Giogio.Infância e História: Destruição da experiência e origem da história.Belo Horizonte: Humanitas. UFMG.2008) Então como pensar numa história da criança, se a criança é pura vivência e a História pressupõe reflexão e narrativa?
Apesar de esforços como o de Mary DelPriore e seu livro muito ao modo dos franceses da História da Vida Privada, ouviu vozes de pesquisadores, sociólogos, historiadores, pedagogos, etc, para organizar seu livro "História das crianças no Brasil", onde, como vocês podem imaginar, vemos um excelente livro sobre história da infância no Brasil, não sobre história da criança brasileira.
Atualmente -e isso cabe aqui como o registro inicial de um processo de pesquisa- acho que se a criança pode ser conceituada como uso/não uso de linguagem e sua linguagem não considera a escrita, talvez possamos pensar com mais propriedade em uma pré-história da criança.
Como seria isso? (ótima pergunta, não acharam?) rs
Penso que para respondê-la teríamos que recuar para muito antes do advento da linguagem escrita e até mesmo da linguagem oral, quando tudo era silêncio e ruído:
Mas acredita-se, hoje em dia, que o cérebro humano possui um "módulo de linguagem", que seria inato e corresponderia a comunicação não verbal (daí a hipótese do ser humano ser possivelmente um ser narrativo), ou à fala.
Para podermos falar, precisamos regular a passagem do ar (preciso estudar mais sobre isso). Ora, o que é regular e sistematizar a passagem do tempo? É adquirir ritmo!
A primeira linguagem da criança pode não ser nem escrita nem oral, mas sim rítmica.
Crianças são muito atraídas por experiências rítmicas, não são? Elas adoram músicas ritmadas, que conseguem seguir facilmente... sim, estamos no mundo pré histórico, no máximo de primitivo possível.Eu estudo um escritor que se voltou para a linguagem não verbal de sertanejos, ou seja, linguagem de seres que vivem no sertão (que é alegoria do primitivo, do desconhecido, do pré histórico?), uma linguagem que não deve ser considerada sem valorizar o que nela está expresso pelo ritmo... por isso que deve ler Guimarães Rosa em voz alta e atentar para o que nele pulsa ritimicamente!
Vocês devem achar que eu estou louca, não duvido dessa possibilidade...mas tudo isso ainda está muito no começo. Veremos no que vai dar.
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