Para escrever meu projeto de doutorado em 2009 meu orientador me recomendou a leitura deste livro. Sobre ele escrevi este post, destacando que tantas vezes lembrava dele nas aulas de Semiótica de Luiz Tatit. Mas agora, apesar do nome sedutor e da intenção de parecer descontraído, o que me lembro é que esta foi uma das leituras mais árduas do doutorado todo! (rs) Não só porque o livro é enorme (ele para de pé sozinho na estante), mas também porque estranhei sair do ambiente mental das ciências humanas, pareceu mais pesado. Apenas depois de algum tempo que fui ler Oliver Sacks e outros que resgataram a graça da reflexão sobre o cérebro humano, fazendo tudo parecer realmente delicioso.
Agora, já na fase final, resgatei algum suco no livro de Pinker (pouquíssimo em meio a um livro de 560 páginas), como quando ele aborda a língua dos bebês (foi o primeiro autor que li tratando deste tema, mas não foi o melhor). Para ele, criança ao falar faz escolhas dentro do que foi experimentado, pois não pode repetir todas as frases que ouviu, precisando
“extrair um conjunto de regras que lhe permitirá compreender e expressar novos pensamentos." (Pinker, 2008. p. 44-5)
Você, adulto, pode dizer que isso é um dos postulados mais básicos da linguística, né? Mas não chama a atenção que bebês, que nem entraram ainda no mundo oral, o exercitem ? Ainda citando Pinker:
Realmente uma questão para se pensar, porque nós adultos tendemos a achar (e às vezes até a exigir) que as crianças possuam a mesma percepção e condição que nós temos, o que é uma violência! As crianças são livres do comprometimento com a gramática dos adultos, e talvez seja por isso que elas conseguem desenvolver a linguagem tão rapidamente. Vejamos uma tirinha usada por Pinker:
Acho que comecei a torcer um pouco menos o nariz para este livro, o que pensam?
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