Tem um tempo que ando assumindo um amor pelo RAP, e pá...além dos Racionais da minha juventude, Mano Brown, Capão Redondo, um certo taxista por que tive uma paixão relâmpago ouvindo DJ Nato, os bailes black no porão das caldeiras,etc.. Agora estou escrevendo um texto para apresentar num evento acadêmico analisando uma letra da MC Soffia, aquela LINDA, etc e tal. O fato é que, enfim, a Família RAP parece estar reconhecendo meu interesse em adentrar seu universo e está me recebendo bem, nem tô acreditando!Agora vou comentar o disco, primeiro a capa do Gudoguetto :
ACABOU DE ACONTECER : Estava voltando para casa, em êxtase, depois de um puta show da Michele Abu, tipo imersa ainda naquela sonoridade e tal, parei no ponto de ônibus na guia central em frente ao parque da Água Branca, como sempre. O farol fechou para os carros que iam para o sentido contrário ao que eu estava esperando e um carro ficou parado bem ao meu lado, tocando um rap super bacana e bem alto. Era um rapaz loiro e grande. Eu sorri para ele e fiz um joinha, ele respondeu com outro joinha e eu falei: "Muito legal esse som, obrigada por compartilhar com o povo aqui no ponto"... ele sorriu e perguntou: "você gosta de Rap?", eu confirmei e ele jogou alguma coisa para mim e disse "então curte ai", e foi embora! Eu achei que ele tinha jogado um cartão dele , sei la, mas não... era um envelope de papelão com um CD , provavelmente o que ele estava ouvindo! Provavelmente, também, era a banda dele! As pessoas que estavam no ponto, que até então não tinham olhado para mim, agora me olhavam embasbacadas, perguntando se eu conhecia ele, não eu não conheço, ele apenas me deu um presente e eu adorei! Agora vou ouvir com atenção, escrever um texto sobre no Pequenidades e mandar para o contato escrito na capa (provavelmente o desse cara), agradecendo muito o presente!
Acho que o RAP tá aceitando minhas inserções,
Segunda feira tinha começado tensa, mas a música ( e a poesia) diluíram a tensão e agora estou acreditando que vale super a pena viver ! Gratidão !
O álbum é bem grande, tem 20 faixas e, pelo pouco que eu entendo de RAP (é bem pouco mesmo), é bem legal de ouvir, a sonoridade é sensacional e a cada música que termina, tenho vontade de ouvir de novo, porque a quantidade de informações é imensa para absorver.
As letras são muito críticas, muitas palavras , se não prestar atenção, perde várias cutucadas importantes, especialmente sobre política (algumas ideias reverberam criticamente, adorei), mas também sobre outros temas como drogas, a perseguição policial, televisão, o sistema decadente, sobre a necessidade de Deus, que mostrou que "posso ir mais além".
Cada faixa uma sonoridade se inaugura, mostrando que estou ouvindo um trabalho recente. Uma das minhas favoritas, pela originalidade do som, onde ele fala dos "sábios que morreram pelo povo" até achei no youtube
Em uma das músicas eles falam de 2015, que tem consciência do que está fazendo, o que é muito bom: "rap genuíno que ataca a conspiração".
No meio do calidoscópio de ideias que vão aparecendo, Jesus e repertório evangélico é comum, mas é sempre uma visão crítica, como o RAP manda!
Na faixa 14 "Resistência", a crítica segue forte, mas o som é mais bonito, uns traços de blues, coisa fina!
Na faixa final, "Poetas na base" o disco termina com uma bombardeio forte sobre os temas antes muito criticados, com uma espécie de grande final! Poetas na base sem medo de dizer, cego pelo cego vai prevalecer"
Adorei o disco! Obrigada, vida!
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