segunda-feira, 4 de outubro de 2021

"O Último Refúgio", Mali | 2021, dir. Ousmane Samassekou

 


Sinopse: Ao sul do deserto do Saara fica a Casa dos Migrantes, um abrigo temporário para aqueles que cruzam a África tentando chegar à Europa. Nesse lugar, eles se reconciliam com suas histórias de migração individuais. No documentário de estilo observacional, o cineasta malinês Ousmane Samassékou encontra esses viajantes cheios de ilusões, mas sem certezas, pois suas vidas parecem suspensas no tempo enquanto habitam este lugar.

 Documentário muito bom, vamos ouvindo e vendo esses migrantes africanos, sabendo um pouco sobre eles e elas, o que os levaram a querer cruzar o deserto para chegar na Europa. Na casa são acolhidos, se conhecem, ouvem suas histórias e projetos e sobretudo ouvem muitas vezes argumentos para que, se possível, aproveitem o período na Casa,  reflitam e quem sabe desistam dessa intenção. 

Mariko
São destacados três personagens, um é Mariko, um jovem bonito, com distúrbios mentais. em tratamento,  mas que vaga sozinho pela África. Ele é tem visões, a recorrente é de uma mulher branca, com quem conversar, trocam juras de amor e com quem ele quer se casar. Dos perdidos no mundo, ele talvez  seja o mais vulnerável. Espero que esteja bem agora.   



As outras duas são garotas Esther e Kadi, que se encontraram no caminho. Fugiram

Esther e Kadi

de 
Burquina Fasso, cada uma com seu motivo, mas ambas cheias de esperanças e ilusões sobre a vida no estrangeiro, mas na  Casa são orientadas : para uma mulher é sempre mais perigoso, especialmente se forem meninas sozinhas como elas...no período que o filme as observa, elas interagem, conversam  e passam momentos de descontração, embora falem sempre da raiva, do desamparo, do ódio. Ficamos tensos pelo destino delas, mas ao final o doc nos informa que Esther conseguiu chegar à Argélia e Kadi voltou a morar com os pais.

Há uma outra mulher,  Natasha, de passado tão dolorido quanto se imagina, que costumava estar sempre só, jogando sozinha, mesmo que as outras a convidassem para estarem juntas, ela é a imagem da solidão resignada. 

Natasha faz traças no cabelo das meninas

O filme acabou de ser rodado e Natasha permaneceu na Casa, não sabemos até quando. Espero que esteja bem. 

A última vez que o cinema me levou ao Mali foi para ver uma ficção baseada num lenda do século XVIII, um dos filmes mais esteticamente bonitos da vida, o  Yeellen (1987), de Souleymane Cissé, agora esse documentário  forte não ficou pra trás. cada imagem! Desde o  deserto inimaginável, às peles retintas dos africanos do norte, passando pelas  verdes da Casa de Acolhimento: Que deslumbramento esse documentário! Só amo:

Que IMAGEM!
Eles comem juntos!




De dentro para fora

Espelho
Africanos retintos
Deserto
Migrante
 Saara
Ele tem um filho NA ESCOLA!
Janela pro futuro
Nascer do sol
Deserto!

As cores de África 😍


















As cores da Casa dos Migrantes! Isso é África





 


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