Nessa edição encontra-se a novela Estória de Lélio e Lina, recortada da obra original Corpo de Baile (1956), com nove novelas
Lembrando do clássico romance de G. Flaubert, em verdade vos digo: para aprender sobre amor e sentimentos eu ainda prefiro a pequena jóia "A estória de Leno e Lina", de Guimarães Rosa, onde tudo aparece em forma de linguagem poética. Nesse conto, como no "Banquete" de Platão, conversa-se sobre o amor. Na ficção rosiana a cena acontece quando o vaqueiro Lélio chega ao Pinhém para trabalhar e buscar o grande amor, que no início está idealizado na imagem da Dona Linda, que viajou para Paracatu, tonou-se distante. Naquelas roças Lélio "conhece" algumas mulheres, sem achar em nenhuma o amor que procurava. Mas um dia, em uma das mais belas passagens rosianas, ele perdido pelo sertão, "andou mais, EMBENDO O TEMPO" vê de longe uma mocinha pegando lenha, em seus modos faceiros, mas quando chega perto surpreende-se ao constatar que era uma velhinha encantadora
"a voz diferente de mil, salteando com uma força de sossego. Era um estado - sem surpresa, sem repente- durou como um rio vai passando. (...) Rosalina. Você acha bonito o nome? Já fui mesmo muito rosa. Não pude ser mais tempo. Ninguém pode."
Rosalina, "Mãe Lina" é a que sabia sobre o amor e ia a ensinar-lhe. No Banquete, Sócrates contou ter aprendido sobre amor com uma mulher chamada Diotima , que explicou que quem deseja ao procurar um amor, o importante não é aparência ou status, mas sim um caminho para conhecer a si mesmo. Rosalina, como uma nova Diotima
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