Por ser um autor exponente da literatura negro-brasileira, Tenório é vítima de perseguição. Em março de 2022, após divulgar uma palestra que daria a estudantes do Ensino Médio em Salvador, Bahia, recebeu ameaças de morte em seu perfil nas redes sociais (ESCRITOR,2022), o que o levou a procurar ajuda policial e optar por fazer a conferência por vídeo. Em Março de 2024 foram registradas tentativas de censura de seu romance O avesso da pele, obra literária que integra o Programa Nacional do Livro desde 2022 e do Material Didático (PNLD) do MEC, mas que foi alvo de censura quando foi pedido que exemplares da obra fossem recolhidos de uma escola estadual no RS e retirados das salas de aula por conter palavras de "baixo calão" (BASILIO,2024). Depois tal tentativa de censura se repetiu em outros lugares do país como no Goiás (BIMBATI,2024) e no Paraná (ALMEIDA,2024) . Tenório, por sua vez, explica que o livro não é centrado na temática da sexualidade, e mesmo que fosse é um assunto de interesse para a saúde dos jovens e merece ser tratado na escola, mas que na obra "há no máximo três ou quatro passagens que contém palavrões ou cenas de sexo. “E elas não aparecem gratuitamente, representam a fala de pessoas brancas em relação ao corpo negro, apontando ainda que tais tentativas de censura estão alinhadas a um projeto político de extrema direta que preza por um conservadorismo e censura.(BASILIO,2024).
Alguns registros :
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| Acusadores nem leram o livro |
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| povo revoltado |
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| pela Editora Cia das Letras |
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| Um belo trecho |
Em 14 de março eu refletia :
Na real,sei que a discussão está servindo pra trazer muitas coisas boas, como a importância do livro, a rejeição a censura, etc,mas me dói tanto ver os ataques e censura a esse livro tão sensacional , que vocês nem imaginam. De tudo que venho lendo sobre a "literatura negro-brasileira" (conceito de Curti),Jeferson Tenório e especialmente esse livro, são os meus favoritos... É realmente o que eu chamaria de alta literatura (que conversa de igual pra igual com a grande literatura brasileira e universal, com mitos literários, etc), mas na visada do povo preto, que como todo mundo, também têm direito a literatura (lembrando o texto clássico de Antônio Candido). Outros autores negros e negras falam também da vida dos pretos e pretas, com qualidade literária e poeticidade (como Conceição Evaristo ou Carolina Maria de Jesus), mas a aposta na literatura como possibilidade de FUTURO pro povo negro , na medida de suas possibilidade, só vejo claramente em Tenório. Pronto, falei !
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