Quando Alice e o Grifo encontram a Tartaruga Falsa:
“...Não tinham andado muito, quando viram a Tartaruga Falsa à distância, sentada triste e solitária numa pequena saliência de rocha, e, quando chegaram mais perto, Alice a ouviu suspirar como se o coração fosse se partir aos pedaços. Sentiu muita pena dela. ‘Qual é a sua tristeza?’, perguntou ao Grifo. E o Grifo respondeu, mais ou menos com as mesmas palavras de antes: ‘É tudo fantasia dela, ela não tem nenhuma tristeza. Vamos!”
Lewis Carrol. Alice no país das maravilhas. P. 127
Será mesmo que nossa tristeza é tudo fantasia nossa? Quando eu trabalhava com as crianças em 2004 eu tinha muitos motivos para viver triste , mas eu era feliz porque eu vivia pensando em como elas são carinhosas... Nós ouvíamos muito o disco da Adriana Partimpim e até hoje, quando escuto, me bate uma saudade gostosa de ter esperança na vida, aí a triste vira mesmo “fantasia” minha! Vejamos algumas crianças sendo crianças, que é o que elas sabem fazer de melhor:
3 comentários:
não babe.. a tristeza não é fantasia nossa. a tristeza é a nossa sensação de desprazer, de dor ou vazio. há a fase da apatia, mas é ela que nos faz parar para pensar e buscar algo novo!
(:
eu sei ... mas tem vezes que me sinto a sufocar, são anos de tristeza sem trégua!
Meu algo novo, agora, são as crianças, a possibilidade de voltar a trabalhar com elas me trás algum sorriso e me ajuda a caminhar com a dor, porque alegria, alegria mesmo para mim ainda não existiu!
Vejamos ;)
A tristeza é fantasia... Ok, então. Mesmo concordando com a pessoa que localizou muito concretamente a fantasia como "sensação de prazer, de dor ou vazio". Mas é uma sensação e como tal tem parte de sua genealogia fincada no mundo dos sonhos, das ilusões. Por outro lado, as sensações são nossos tentáculos espertos com que ponderamos o mundo real. A conclusão a que chego é que a tristeza é tão fantástica quanto a mais crua realidade deste mundo assustador. Hay que se ter cojones. Ou ser santo mesmo... eita mundo fiodumaégua!
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