quarta-feira, 15 de abril de 2009

DOUTORAMENTO?

Terminei minha pesquisa de mestrado agora e a desenvolvi naquilo que eu julguei ser o melhor dos mundos para alguém como eu : Eu lutei muito para conseguir encaixar tudo como eu queria e acabei no departamento certo, com o orientador certo, com o fomento certo e fui julgada pela melhor banca a respeito do meu tema. Nada mais justo, afinal este trabalho foi planejado e desenvolvido com a maior paixão mundo, para chegar até ele eu tinha me preparado desde há muito tempo, o que eu deixei claro em um texto que escrevi para a "Folha dirigida" em 2006, com o nome "A importância de dar continuidade aos estudos"... naquela época eu ainda acreditava nessa importância...
Mas e agora? Agora eu posso estar pessoalmente muito contente com o resultado do meu trabalho porque eu consegui o que eu me propus fazer (indicar novas possibilidades de estudo sobre a história e a literatura de Rosa), mas de que servirá isso se ninguém vai ler este texto? Você pode argumentar que ele ainda será publicado, eu respondo : Não será. Não será porque para isso eu teria que matar mais leões e agora eu vejo que não vale a pena. Agora eu sou uma mestra, desempregada e desiludida.
Não sou uma pessoa preguiçosa, nem desmotivada, eu adoro ser incentivada a dar o melhor de mim (um professor do colégio onde eu dava aulas no ano passado me disse uma vez que ele tinha saudade de quando ele também era empolgado em ensinar como eu estava...) mas essas características não me mantiveram empregada, e o título pouco ou nada me ajudará nessa situação. Você ainda pode levantar "mas e o doutorado?"... pois então:
Doutorado era o esperado de alguém que trilhou um caminho como o meu até agora, mas por incrível que pareça ele não estava nos meus planos para 2009. Eu queria continuar com as aulas, estudando para dar aulas, mas as portas da realidade se fecharam todas para mim e eu continuo tendo que responder (agora já sem muita paciência ou educação) se não vou prestar concurso para lecionar no Estado. ODEIO QUANDO ME PERGUNTAM ISSO. Primeiro porque eu já prestei esse concurso e passei, só não assumi. Não assumi porque eu não queria aquilo naquele momento, eu tinha me formado havia 3 meses e queria experimentar o melhor dos mundos de um pesquisador, fazer o mestrado perfeito, assim fiz. O que me incomoda mais na possibilidade de dar aulas no Estado é só uma coisa: A total estabilidade. Eu sei de muita gente que está na educação pública porque é mais cômodo, não é preciso muito empenho intelectual (no sentido de evolução, estudo) para se manter ali e alguém como eu, movida pela paixão, pela empolgação logo vai sentir um peso de morte ali... aquilo não me atrai, então se eu vier a prestar concurso público de novo vai ser porque tudo continuou dando errado para mim... aí, camaradas, talvez eu preferisse ser balconista das Casas Bahia. Por enquanto estou na fase do questionamento. Vamos ver que resposta vou conseguir dar ...

Um comentário:

Carino disse...

A sua integridade intelectual vale mais do que as respostas que nosso mundo dá a ela. Ela vale por si só. Reconhecimento e recompensa podem vir facilmente, mas só pra quem abriu mão desse bem maior - e pensou o que esperavam, fez média com quem devia, cedeu aqui, ali e ainda mais ali adiante. Consegue, quem faz isso, boas posições, com facilidade, mas você não entrou nisso por essa razão. E a razão fundamental, você segue honrando...

Bom, notícia boa... a partir de domingo, minha roça será em Pedra Bela, a duas horas de S.Paulo... e se voce for a primeira convidada a estrear minhas panelas de ferro, será uma alegria para mim...

Carino (ausente por aqui, por várias razões, mas com sua lembrança em mim presente)

endereço do bloguinho: www.tuonelacitera.blogspot.com ...ando muito sem tempo, mas ja rascunhei alguma coisa por lá...