segunda-feira, 9 de julho de 2012

Keep calm and Believe in history



Esse tipo de colocação de Calvin, que questiona algumas noções teóricas da histórias, é clara ao historiador que, como eu, se preocupa com a percepção do tempo e das narrativas construídas a partir dele desde a infância, que é o período onde a percepção temporal humana ainda esté em formação e todas as noções teóricas de tempo as quais nos habituamos como sendo naturais (como direção, fluxo, ritmo, etc) estão em fase de formação e qualquer cristalização é arbitrária: para a criança o tempo ainda não é uma linha progressiva. Eu penso que a história tem sim seu teor de ficção como construção (afinal acaba sendo face de uma confecção de narrativa), mas não é só isso. A outra parte é a que me faz persistir em pesquisar história: a narrativa é o resultado de todo um trabalho de pesquisa e de reflexão (ofício do historiador) em busca de possíveis verdades sobre o vivido, o sentido e o pensado pelo ser humano no tempo, o que eu acho legítimo e interessante, especialmente se esta busca for feita por alguém que tem noção destas duas faces e por isso experimenta expressar na narrativa os questionamentos teóricos percebidos na pesquisa. Isso é MUITO DÍFICIL DE SE FAZER, tanto que só alguns historiadores tentaram e (na minha opinião) muito poucos conseguiram bom resultado nisso. Mas quando isso acontece temos acesso a uma narrativa de história mais honesta e complexa. Ai acontece aquela virada da qual falava Maria Odila Silva Dias : “Historia sugira como disciplina destinada a reforçar projetos culturais hegemônicos- da igreja, do Estado-Nação – mas depois viria a ser um dos principais esteios das frentes criticas do pensamento contemporaneo” (Dias, 1998)

Em todos os contextos, mas especialmente nos que vivemos  hoje no mundo, quando o ódio e a ignorância dominam, quem nos salva é a História, em seu sentido mais mais trivial mesmo (o se se constituir como narrativa de vida, de vidas) : conhecer a história, como bem diz uma amiga minha professora de História, nos salva porque nos possibilita ter respostas ou compreender melhor o mundo louco no qual vivemos, bem como saber o que somos e termos foça para tomarmos nossas decisões. História não nos dá ordem ou  direção mesmo, Calvin, mas ela (talvez só ela) possa nos oferecer várias diretações e ordenaçãos em seus movimentos initerruptos. É preciso esclarecer isso, apesar de tudo.

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