Em uma resenha do livro "Grandesertão.br" escrita em 2005, Luiz Costa Lima nos diz:
"Willi Bolle tem seu mérito, muito raro entre os estudiosos da mesma direção, de reconhecer a função do ficcional. Permanece, contudo, fundamentalmente ligado à abordagem documentalista que tem marcado a literatura e os estudos literários latino americanos e brasileiros, desde o XIX. Por isso não estranha que o paralelismo com os mais famosos 'retratos' do país reduza o romance rosiano a colaborador de seus resultados"LIMA, Luiz Costa. Riobaldo: culpa e luto. Revista USP no. 65, março/maio2005, pp.189-93
Quando li esta resenha eu estava começando o mestrado e tinha me alimentado demais do livro de Bolle. Uma das questões que eu coloquei na época foi : Por que Bolle problematiza várias possibilidades de diálogo entre o romance de Rosa e as vertentes mais recentes da historiografia, como a Micro História - se afastando da tradicional narrativa da História - e até dá um super salto (mortal?) lendo,com a profundidade de um especialista, o romance a partir da historiografia de Walter Benjamin - que seria uma perspectiva ainda mais avançada -, para no final todo aquela obra literária monumental que é o Grande sertão : veredas (com suas referências, sons, imagens, ficcionalidade...) ser resumida a mais um Retrato do Brasil?
Como podem ver, Costa Lima me deu a resposta na citação acima e, de quebra, me mostrou caminhos dificultosos de serem trilhados por interpretes de literatura; além disso, também apontou caminhos a serem trilhados que percorro até agora, com o de destacar o caráter ficcional no texto rosiano e, a partir disso,falar de História ...
O cara é um mestre mesmo!
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