"Durante anos, depois que meu avô Anshel desapareceu, continuei a cantarolar internamente a melodia da história que ele contou para o alemão. Duas ou três vezes antes de eu viajar para a Polônia, sentei-me, escrevi, fracassei. Lentamente acumulou-se em meu interior um punhado complexo de raiva de mim mesmo e saudade dele, do velho que há anos circula numa história trancada, um navio fantasma que é rejeitado em todos os portos, e eu o único que posso salvá-lo e redimir a história, não sei e não ouso.Comecei a procurar as obras do meu avô. Remexi em arquivos antigos, entoquei-me em bibliotecas empoeiradas de kibutzim remotos, li jornais velhos que se esfarelavam ao contato de minhas mãos; eram aos meus olhos como afrescos antigos nas paredes da cavernas, que se desintegravam assim que o facho das lanternas de pesquisadores pousavam sobre eles." p. 117
domingo, 12 de outubro de 2014
Ver:Amor, de novo, de novo ...
Aqui na minha cabeceira eu estou alternando a leitura de dois livros ótimos de literatura, o japonês "A Casa das belas adormecidas" e o final de "Um tal Lucas" do Cortázar... mas hoje não peguei nenhum dos dois para continuar a leitura, precisei voltar ao "Ver:Amor"... não sei o que eu tenho com esse livro, como ele me atrai! E olha que eu comecei a ler com má vontade, "mais um livro sobre o holocausto", e fui totalmente surpreendida, me faz pensar tanto em coisas sobre História, sobre a vida e sobre a necessidade /função de narrá-la. Abri aleatoriamente :
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