Tirando leite de pedra de 2019, vamos ver o que consegui destacar de melhor nesse ano que podia nem ter existido:
1 ROLÊ – Esse ano foi o dos roles diferentões,
com o final do Todo Domingo Musical na Casa das Caldeiras em maio, eu tive que
circular pela cidade atrás daquelas mesmas festas que aconteciam todo domingo
aqui no quintal de casa. O Samba do Sol
, por ser gratuito, foi muito meu foco e graças a ele conheci o Espaço
Mangaba na Augusta e o Estrella Galicia Estação Rio Verde na Vila Madalena, que por ser perto de
casa, virou um lugar que muito
frequentei e onde aprendi me divertir. Mais no final do ano, fui às rodas de
samba mesmo na Comunidade do Samba Maria Zélia, no metrô Belém, lugar onde
também fui muito feliz, mas de todas as festas, a melhor de 2019 aconteceu
mesmo no domingo, 17 de fevereiro de 2019, na Casa das Caldeiras, com o Ensaio pré carnaval do Bloco Lua Vai, organizada pelo coletivo
Pardieiro e, gente, o que aquilo? Muito pagode anos 90, muito coração carente,
muito calor e ninguém aguentava mais de saudade do carnaval! Que festa
inesquecível!
2 MÚSICA - Para ganhar esse prêmio eu tenho que ter ouvido muito essa música durante o ano OU ela, de alguma forma, representasse algo que eu vivi o ano todo. Atendendo a esses dois critérios teria tido um empate, porque a música que mais ouvi em 2019, em oportunidades distintas (até sonhei com essa música) foi Temporal Arte Popular, a ela dedico o prêmio de menção honrosa, reforçando que 2019 foi o ano do Pagode 90 na minha vida. Outra que ouvi e dancei muito nos rolês, nas Caldeiras e também no Rio Verde e que resumiu minha vida pessoal de 2019, ano em que eu só me defendi dos "boys lixo", foi CorpoFechado, do Johnny Hooker (part. Gaby Amarantos). Só esse trechinho define minha postura em 2019:
"Nem vem com esse papo, que eu sei bem quem tu és!
Tu já levou farelo, chora nos meus pés
Tô pouco me lixando em te ver correndo atrás
Não te faz de doido, só te digo vai
Vai me ver dançando
Vai me ver amando
Vai cair pra trás"
3 LIVRO - Li bastante esse ano. De de Saramago, com o esquisito O homem Duplicado ,à belíssima biografia,do Marinho da Vila Reflexos no Espelho, mas não tenho como não dar esse prêmio a algum dos romances de Milton Hatoum , o autor no ano, que me levou tantas vezes à Manaus em diversos tempos e que preencheu meu ano. Poderia dizer que vai ser difícil escolher um deles e tal, mas não é verdade, apesar de Relado de um certo oriente ter sido um livro que perturbou muito (ainda não consigo entender porque ela enlouqueceu e eu não), Cinzas do Norte ser um baita romance bem estruturado, propriamente dito e até mesmo o mais fraquinho, Orfãos do Eldorado tenha me deixado saudades, o vencedor é mesmo o romance Dois irmãos, livro excelente, perturbador, cheio de sensações, odores, poesia sobre o qual comentei aqui ... uma história da gente, humanos e suas famílias e loucuras.
4 FILME - Esse foi o quesito mais concorrido do ano, porque vi muitos filmes nesse ano estranho! Como frequentei muito o Cinesesc, acabei vendo filmes nacionais como Bacurau, Sócrates; A serpente. E vi também filmes africanos, como os curtas da Mostra de Cinemas Africanos, que meio que mudaram minha vida na época, e depois o belo filme queniano Rafiki. Houve também os clássicos, filmes dos meus diretores, o maduro Dor e Glória de Almodóvar e o divertido Era uma vez m
Hollywood, de Tarantino. Mas o incrível é que quem vai levar esse prêmio é um filme antigo, "Moonlight Sob a luz do luar"(2016), que fala de coisas tão diferentes da minha vida, mas que mesmo assim me arrebatou tanto, de tantas formas, especialmente pela estética blue/black. Eu sei o que é estar diante de uma pele negra,tão negra que fica azul e que parece que nem existe.Pelas luzes de Moonlight,ele foi o filme do ano.
5
FOTO - Não teve nem concorrentes: foi essa linda foto minha, tirada pelo fotógrafo Marcelo Justo/ UOL, num Samba do Sol nas Caldeiras. Eu amei ser a MUSA DO SAMBA <3 span="">3>
6
BEBIDA - Duas concorrente : água e água com gás. A que faz cosquinha na boca ganhou de lavada!
7 SHOW - Apesar do sonhado show do Jorge Ben no Dia da Consciência Negra na Praça da República, o melhor show que assisti em 2019 foi Ilê aiê convida Paula Lima e Elen Oléria na Virada Cultural
8 ROUPAS E ACESSÓRIOS
- Muitos concorrentes. Começo com a menção honrosa ao gloss, que fez meus lábios brilharem muito
Mas vou escolher uma foto onde estou com a roupa e o acessório do ano : os brincos Viva o Samba que usei o ano inteiro em todos os sambas que fui, recebendo elogios e a blusa
de moletom Fun cinza, costurada pela amiga Andressa, que me aquececeu nos dias frios
9 CONQUISTA DO ANO - Foi ter conseguido passar o ano todo ao lado da minha mãe no seu tratamento, que nunca foi fácil e mesmo eu tendo ficado exausta, não deixei de estar presente, não pude deixar de ir à academia, nem à terapia, nem aos rolês. Vencemos essa etapa e eu me sinto muito bem em poder dizer isso.
10 PRETO DO ANO -Ao contrário dos anos passados, nesse ano, embora tenha conhecido alguns que me fizeram sentir uma princesa, uma mulher especial por alguns minutos,no final não era amor, era cilada, então esse ano não houve vencedor desta categoria. Eu tinha pensado em trocar por "Beijo do ano", ai sim teria concorrentes, pois mais de um boy me deu aquele beijo de posse pegando na nuca e que ao final, eu só podia recitar o verso de Hilda Hilst "dize de mim, és minha" , mas não posso comunicar a nenhum deles o resultado, então deixei para lá. Em 2020: Pretos, melhorem!
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