Esperei tanto a chegada do livro, mas quando ele enfim chegou, estava ocupada com o trabalho na Revista e a Mostra de Cinemas Africanos que fui adiando a leitura. Mas ela aconteceu no dia que eu tive que ir ao hospital com minha mãe, como no ano passado.
Quando abri o volume, comprado na Estante Virtual, confirmei que ele vinha com uma dedicatória carinhosa do autor. Não era no meu nome, mas a tal Denize, por algum motivo, o colocou à venda no sebo e ele veio parar nas minhas mãos, então a dedicatória já é para mim. Posso estar forçando, mas a letra de Hatoum me lembrou a escrita árabe
Em seguida me chamou a atenção as mensagens no livro mesmo, como a opinião da Leila Perrone-Moisés
Depois as epígrafes que me relembravam que estava lendo um autor de ascendência árabe. E como toda leitura, temperada de solidão
Esse começo é tão bonito, tão sonoro e imagético. Na voz dele fica ainda mais melodioso.
Me lembro de quando comecei a ler o romance, em pé para não me sentar em lugar nenhum e não me contaminar, afastada de todo mundo, em frente ao ICESP, no dia 10 de junho, enquanto esperava minha mãe sair do exame de sangue naquela tarde tarde fria de quarta feira.
Me sentia segura e aquela narrativa tão gostosa me envolveu e eu quase esqueci a exposição ao Corona vírus. Graças à melodia do texto, o tempo passou rápido e sem dor.
Mas na voz serena do autor, fica muito melhor! No 3 vídeos a seguir lê as primeiras páginas do romance:
Continuo gostando muito de morar na toada da narrativa de Hatoum. Só tenho a agradecer a oportunidade de ser sua contemporânea, nesse Brasil lamentável desses tempos!
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