No fantástico
volume A Infância vai ao cinema (organizado
por larrosa, Jorge; lopes, José
miguel; Teixeira, Inês) há muito Walter Benjamin. O que não é de se estranhar, já que Benjamim que era bastante interessado no olhar infantil sobre o mundo e também um encantado com linguagens visuais novíssimas em sua época e, por isso, considerou seriamente estes fatores na hora repensar os modos de se escrever a história (eu não sou especialista em Benjamin, apesar de tê-lo como base teórica desde o mestrado e ter escolhido para a banca que me deu título de mestre em história, doi estudiodos de W. Benjamin - Willi Bolle e Susana Kampff Lages), mas acho que todos esses interesses "avulsos" de Benjamin serviram diretamente como componetentes enriquecedores na hora de pensar o melhor modo para escrever sua historiografia. Considere que, pensando em Benjamin, 'historiografia' não significa um texto fluído, mas uma fragmentação de IMAGENS (vide o livro Passagens). Esses flashs de revelações, ao que me parece, são bem característicos do modo da criança ver o mundo, Um modo diferenciado e cada vez mais valorizado pelo mundo adulto.Em um livro que procura abordar infância e cinema não poderia deixar de considerar Benjamin. Aliás, um parêntese: Walter Benjamin conseguiu algo interessante de ser observado: alguns de seus textos - sobre infância, sobre narrativa- não ficam datados, continuam valendo como se o tempo não tivesse passado por eles, mesmo que os contextos tenham mudado muito : Walter Benjamin ainda é a referência para se falar de História e Infância (como eu me proponho a fazer) e os novos autores que se debruçaram sobre isso, trazem apenas releituras das ideias originalíssimas de Benjamin. Fechando o parêntese e voltando a pensar neste livro, ele também não poderia deixar Walter Benjamin de fora, tem muita história ali também. Nele lemos algumas interpretações de filmes interessantes (como a de A língua das mariposas ), mas o mais interessante é como a infância procura aparecer, nos diversos textos de leitores diferentes, como componentes da própria linguagem cinematográfica: se a criança é o infante (o que não fala), a linguagem do cinema seria a que melhor a que melhor poderia representá-la, já que para o cinema a palavra não ganha maior destaque. Sobre isso, podemos ler no prefácio de Sonia
Kramer coisas belas como :
ESTA É MINHA DICA.
P.s. - o livro saiu pela editora Autêntica, de Belo Horizonte.
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