sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

"Famintos",de James Ribeiro : poesia escrita por um preto

Foto publicada no grupo Biblioteca do Povo Preto - BPP


Famintos


Primeiro comeu a minha orelha,
Delicadamente.
Aos poucos...
E se alimentava, também,
Do arrepio que me escapava.

Depois pelo pescoço,
E era instantâneo o cio.
E não me escapava, outrora,
Reinava em mim.
Consumia em gosto adentro.

Comeu meu peito,
Conduzindo a saliva e a língua,
Meu mamilo. Duro.
Endurecendo e delirando.
Favorecendo...

E desceu pela barriga,
Apertando os dentes,
Apetitosamente
A boca que, na procura da fome,
Me tirava o gosto.
Que de tanto gosto,

Foi parar ali: rígido.
Ardendo em aguardo.
Uma abocanhada precisa.
E o sugar do sumo.

Era hora da sobremesa, enfim,
E caprichosamente
Me pôs em seu prato,
Acariciando meus cabelos,
E me colocando pra comer.

Bom apetite!

James Ribeiro 

Poeta James Ribeiro, 
foto do acervo pessoal em 2018


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Oxum e o poder feminino

Depoimento de Oxum, publicado na Carta Capital e disponível neste link

Dizem que sou linda! Um pouco vaidosa, talvez. Gosto de estar arrumada, de harmonizar cores e acessórios, gestos e movimentos, olhares e palavras. Também dizem que sou elegante, orgulhosa, sofisticada. Permitam que me apresente: sou Oxum, senhora de muitas águas.

Vim das terras de Ijexá e Oxobô, da Nigéria, da África. De lá transborda meu rio, o Rio Oxum, de águas douradas e calmas que se expandem e tomam muitas formas, que se transformam e se confundem, que se ampliam e desaguam. Águas sinuosas, um dia calmas, outro revoltas, mas nunca as mesmas.
A mim, não importa o que sou, mas tudo que posso ser. Posso ser chuva, cachoeira, rio e mar. Água é água? Engano seu! Se pensa que me conhece, aí que te surpreendo. Lembre-se: há rios que se cruzam, mas não se misturam. Posso ser a donzela, a madrasta e a bruxa. Mato sua sede, mas posso te matar.
Sobre a terra, sou riacho, sou bênção. Sob a terra, sou infiltração, sou tragédia. Cantando faço uma revolução. Com um espelho na mão, venço uma guerra. Não se engane comigo, sou vaidosa, mas não sou fútil. Sei onde posso chegar e sei o que quero. Sou Oxum, sou mãe sem deixar de ser mulher.
Se tenho uma arma? Sim, a sedução! Continuo plena diante do rei, olho diretamente em seus olhos e deixo que meu corpo fale. Nunca quis estar à frente de nada, mandar em quem manda já me basta. Sou o poder mais genuíno, a força propulsora de toda existência, sou água, sou vida.
Sou amor e, acredite, sou razão. Alcione cantou-me assim: “sou doce, dengosa, polida. Fiel como um cão, sou capaz de te dar minha vida. Mas olhe, não pise na bola…” Sou Oxum e te amo intensamente, enquanto me convém.
Não me apraz a simplicidade. Não saberia viver sem brilhos, sem luzes, sem espelhos. Não aprendi a praticar o desapego, muito menos a viver modestamente. Sim, sou amor, mas só amor não me é suficiente. Quero mais, quero a riqueza e tudo que ela proporciona, quero a glória, a opulência. Quero a felicidade, quero a mesma alegria da terra seca ao receber as águas do verão. Ser fértil, brotar, florescer. Ser mãe!
Sou Oxum. Transparecendo doçura venci todos os meus inimigos. Resisti com meu povo à escravidão, à fome, à humilhação. Minhas filhas, essas mulheres tão lindas, essas negras que exalam o doce perfume do macassá, sofreram as mais terríveis violências. Corpos expropriados, almas destruídas, ventres violados. Chorei ao parir esses filhos. Filhos da pior desgraça, filhos do medo, do abuso, da crueldade. Filhos que nem sempre pude amamentar, mas que amei como minhas mais belas joias, como minhas maiores riquezas.
Abençoei a luta dessas mulheres. Com mel e água curei suas chagas. Mesmo as dores mais profundas, abrandei. Nascer mulher é uma sina, um castigo? Que homem disse isso? Só quem desconhece a força da vida é capaz de negar o poder feminino. Sou Oxum, sou mulher. Sou a grande dama da sociedade, a Iyalodê! Sou rainha, sou mãe, sou feiticeira.
“Eu gosto de ser mulher. Sonhar, arder de amor…” Se Oxalá, o maior de todos, curvou-se a meus pés, quem poderá negar-me a coroa? Teve o “Senhor das Alturas” de reconhecer que sem mim a vida perece. A regra, o sangue, o símbolo do poder das mulheres. O ventre gerando, o ciclo, a vida. Mas parir não me resume, dar à luz é muito mais que isso. Não se engane. Não sou só um útero, uma reprodutora. Não sou só mãe, sou mulher!
E me insurjo a cada outono. De flor a fruto, faço surgir o múltiplo, o diverso, o único. Sou Oxum e todas as mulheres me pertencem. Todas, todas elas! Todas as que tiveram dom e vontade: as que nasceram, as que se descobriram, as que se revelaram, as que se transformaram. Todas, sem exceção. Todas as que tiveram coragem de se tornar mulher. Sou matrona e protetora de todas elas.
Esse ventre é o mundo… Porque um dia eu quis engravidar e não pude. Um dia eu quis gerar e me vi incapaz. Mas não há mulher que não possa ser mãe. Eu sou a prova. Se você acha que o que define uma mulher é o útero, lamento informar que lhe sobra estupidez. Não sou só um corpo, mas meu corpo me pertence. Não me force, não me obrigue, não me condene. Se não conhece minha dor, não determine meu lugar, muito menos o que devo ou não fazer. Respeite meu corpo, respeite meu ser e respeite minhas escolhas.
Lembre-se: essa doçura, essa calma, esse meigo olhar me levam onde eu bem quiser. Sei fingir, sei enganar, sei mentir e trair. Mas não o farei se você não me obrigar. Não se trata de cinismo, apenas um instinto de sobrevivência. Não nasci pra agradar a ninguém, mas se for preciso…
Sou Oxum. Sou menina, sou jovem, sou velha. Sou mulher sempre. Não se assuste com essas minhas confidências, mas não teste meus limites. Um rio, um regato, uma nascente, seja como for, não os desafie. Não afronte essa força intensa e inesperada, não provoque Oxum, não provoque as águas.
Meu silêncio é sempre uma ameaça. Como cantou lindamente Maria Bethânia, sou a “Senhora das águas que correm caladas”. Minha divindade se encanta na água doce. Não, eu não moro no rio. Na verdade, eu sou o rio. Um rio sinuoso, caudaloso. Embora ínfimo na fonte, até minha foz tomo formas surpreendentes. Fertilizo e devasto, sacio e afogo, arrefeço e aqueço. Um rio é uma divindade, portanto, tenha respeito e cuidado. Orixá nenhum aceita acintes, mas a natureza não ataca, apenas revida.





quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Inferninho



No primeiro Samba do Sol nas Caldeiras de 2020, a festa foi absolutamente fenomenal. Curti até quase 23 hrs, sai trançando as pernas com o Samba da Natália Nagê, Grupo Reduto e principalmente os DJs sensacionais como a Renata Corr da festa 'desculpa qualquer coisa". Na semana eu f
ui à página do DJ Tahira
Tahira 
 para dar os parabéns pelo trabalho espetacular domingo , onde ele tocou pela primeira vez no meu querido "porão" e foi aplaudido ao final, porque como sempre arrasou.

 Ai ele respondeu que também "gostou de tocar naquele INFERNINHO" KKKKKKKK
Só melhora! Agora, para mim, o porão já virou "inferninho".
Que bom que não vamos deixar os bailes da Casa das Caldeiras morrerem em 2020! 
Saíram fotos minhas no inferninho no álbum ofinial do Samba do Sol, eu me divertindo muito 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O Itan da Oxum guerreira

 Na cultura Iorubá dá-se o nome de Itan ao conjunto de todas as narrativas sobre os Orixás,contadas nas mais diversas formas. Para esta cultura, essas narrações são equivalentes a fatos históricos. 



Essa da rainha Oxum é uma das minhas preferidas, a meu ver fala muito sobre ela:

"A SABEDORIA DE OXUM 


Na época em que Oxum, Oyá e Obá viviam no reino de Xangô, havia uma grande guerra. Xangô convocou as três esposas para irem com ele guerrear. Oyá e Obá disseram a Xangô que Oxum não sabia guerrear, então Xangô disse: "Oxum, tu deverás aprender a guerrear para se proteger caso o palácio seja invadido pelos inimigos". Oxum então respondeu: "Podem ir vocês, eu cuidarei do palácio, Xangô".

Obá enfurecida retrucou: "Como tu, Oxum, cuidarás do reino, se só sabes se embelezar?" E Oyá disse: "Iremos e os escravos tomarão conta dela". Oxum ficou sozinha com as escravas no palácio, e em uma noite, uma escrava lhe avisou assustada: "Oxum, minha rainha, o palácio está sendo invadido!!!" Oxum, calma em seu trono, disse à escrava: "Mandem entrar e sirvam a melhor comida e bebida. Eu os receberei." As escravas fizeram conforme Oxum havia mandado. Os inimigos de Xangô estranharam, mas entraram e se serviram, e Oxum, calmamente, sentada em seu trono, disse: "Xangô fugiu junto às suas duas outras esposas, me abandonando para trás. 

Fiquei sozinha. Vão, se sirvam! Mandei preparar este banquete para vós". No outro dia, Xangô, Obá e Oyá receberam a notícia de que Oxum estava em perigo e voltaram às pressas. Chegando no palácio, estranharam o silêncio e viram todos os soldados dormindo. Oxum explicou: "Está vendo, Xangô? Não precisei levantar a espada e nem usar a força, mandei servir a melhor comida e todos comeram. Coloquei esta poção nos pratos e matei todos, sem levantar a mão. Não se espanta o inimigo, mas se agrada. Com a própria raiva dele, ele cai sozinho". Oxum é calma por fora mas é uma tempestade por dentro." Arriscar minhas unhas?"

domingo, 26 de janeiro de 2020

Cadê a Camila? Tá no samba!


Como já comentei aqui, no  dia 26  de janeiro eu participei do Samba do Sol na Casa das Caldeiras e me diverti muito, apareci até nas fotos. Mas o melhor não cheguei a comentar: pareci sambando até na live da sambista Natália Nagê.
Que fique o registro de um dos momentos mais legais de 2020 até agora! <3 font="" nbsp="">

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O par de brincos e o amor das irmãs em “A vida invisível”

cartaz do filme no Cina Belas Artes,  onde assisti 


Em 23 de janeiro assisti ao filme brasileiro “A vida invisível”, “melodrama tropical” dirigido pelo cearense Karim Aïnouz. Começando no final da década de 1940, conta a  contando a história das   irmãs Eurídice (Carol Duarte), então com de 18 anos e Guida ( Júlia Stockler), então com 20 anos,  jovens cariocas que carregam seus sonhos , a mais jovem de ser pianista, a mais velha de viver um grande amor. Muito unidas, ainda no começo do filme,  as irmãs acabam sendo separadas pelo pai, fato determinante para que cada uma tente viver sua própria vida sozinha na cidade do Rio de Janeiro.
arte divulgação do filme

Guida, definida pelo diretor aqui como uma "pipoca cheia de alegria", foge de casa  para viver um grande amor no estrangeiro, porém mantém, por quase a vida toda, o hábito de escrever para a irmã longas cartas contando sobre como a sua sobrevivência como mãe solteira no contato público da cidade.
Guida, usando os brincos da avó


 Na noite de fuga para um baile, apressada , Guida perde um dos brincos que tomou “emprestado” de sua falecida avó no jardim de casa. Esse par de brincos dourados é a grande metáfora da relação das duas irmãs, tanto que  e é muito significativo que Guida não deixe de usar apenas um brinco sem par por boa parte do resto do filme. Durante todo o filme, são muitas as cenas memoráveis envolvendo Guida, separei duas das mais bonitas e significativas, quando ela tem que se levantar para cuidar de si mesma após um parto solitário, em um hospital público.
 
pós parto de Guida
A outra é quando, depois de anos de rejeição da família paterna, ela reencontra ocasionalmente o pai, que a expulsou de casa grávida, num restaurante e consegue vê-lo através de um aquário cheio de peixes coloridos
peixes: cores e movimento

Já Euridice (nome da musa das músicas  de Orfeu), que é mais introvertida, é pianista e ,  embora tenha ajudado a irmã a sair de casa para ir ao baile, não entende o motivo dela não ter voltando mais, abandonado-a sozinha com os pais. Naquela noite, porém, ela acaba encontrando no jardim , o brinco perdido pela irmã e dele não se separa, chegando a usá-lo como pingente de um colar por muito tempo. Depois da partida da irmã, Euridice acaba se casando com Antenor (Gregório Duviver), um marido padrão do patriarcado, tomando posse se seu corpo, às vezes violentamente,  controlado-o como queria, interessando -se pouco pelos reais desejos da esposa e, sobretudo, rejeitado com força  o seu desejo de reencontrar a irmã desaparecida.
 Eurídice vê o seu próprio reflexo, com o a imagem do marido ao fundo

Algumas das cenas mais emocionantes do filme são as onde a pianista debruça-se sobre seu instrumento e a música que produz consegue dizer tudo o que as palavras não são capazes a respeito da sua “vida invisível”.
piano : a voz de Euridice

Trata-se de um filme pesado, que fala do amor entre duas irmãs, simbolizado  pelo par de brincos, mas é  também uma história  de tantas mulheres e a invisibilidade de seus desejos e corpos na sociedade patriarcal. Recomendo vivamente que assistam ao filme

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Clara dos Anjos e a novela das nove!


Mesmo com a multiplicidade das mídias, a telenovela continua sendo um importante filtro da realidade brasileira. Atualmente, a mais famosa é "Amor de mãe", escrita por Manuela Dias e com direção artística de José Luiz Villamarim.

Nesta semana, uma cena da novela se destacou e muitos dos meus contatos a publicaram no status do Whatsapp e o crítico de televisão Mauricio Stycer comentou no Twitter como um momento de desabafo dizendo que "a gente não é gente não, a gente é sobrevivente". Na cena, a  personagem Camila, interpretada por Jéssica Ellen, que é uma professora de História negra  em uma escola da periferia do Rio de Janeiro, desabafa com sua mãe Lurdes, interpretada por Regina Casé . Vejamos do que se trata: 



Quando vi a cena só lembrei da cena  final da novela "Clara dos Anjos", escrita por  Lima Barreto (1922), que reli em 2019, contando a história das dificuldades para uma  moça negra e periférica no Rio de Janeiro do início do século XX:

"Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se sentara e abraçou muito fortemente sua mãe, dizendo, com grande acento de desespero  
-Mamãe!Mamãe!   
-Que é minha filha?
         -Nós não somos nada nesta vida." (Lima Barreto "Clara dos Anjos", 1922)


Desde a novela de  Lima Barreto em 1922 até a telenovela global de Manoela Dias em 2020, passou  quase um século, mas nas duas cenas as  jovens negras e periféricas continuam falando a mesma coisa, como se o tempo não passasse ou a História pudesse atuar na vida de quem é  negra e  periférica nesse país! 
Agradeço à personagem Clara e à personagem Camila por usarem suas vozes para sublinhar que "tão ligadas que não é fácil, né manas".

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Sobre a censura ao humor no Brasil em 2019


O Brasil vive um caso de censura explicito em relação ao especial de natal do Porta dos Fundos 2029  .Vejamos o que diz o Henry Bugalho sobre esse contexto 



Acho esse cenário assustador, temo dias muito piores. Não vi o especial porque não sou assinante Netflix, mas até gosto do humor do Porta dos Fundos, nunca me senti ofendida quando abordam as coisas que eu acredito, talvez porque sou uma cientista (pesquisei até humor, inclusive) e saiba que é humor, um discurso múltiplo, totalmente diferente, até oposto à pobre leitura unilateral da Bíblia proposta pelos fundamentalistas. Tomara que possamos reagir agora, tentar cortar o mal maior enquanto inda é possível.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

"Coração americano: Um sabor de vidro e corte"



Faz tempo que tenho tido contato com africanos. É sempre rico, muita beleza, muitas cores, odores e sabores e também contato com outras culturas e outros sons. Embora pareça tanto, a cor da pele, o jeito de corpo, o toque, é sempre evidente que se trata de um  contato com o outro... falta um elo mais forte, que o contato pode até complementar por algum momento, mas não é regra.

O contato com essas diferenças acaba ressaltando tantas coisas que são muito nossas, resultado de nossa história e vivência que eles não saberão. Sobre San Vicente e a possibilidade de ser o que é , Eduardo Campos nos alerta que  mesmo um dos autores da canção, Fernando Brant, e tantos outros  brasileiros  brancos podem até vir a entender, mas não saberão o que é ter um  

"Coração americano: um sabor de vidro e corte" (Milton Nascimento e Fernando Brant)

Para isso é preciso ouvir Milton Nascimento de vez em quando.

Metas 2020, enfim


Metas 2020

Eu sei que já viramos o ano, mas acho que ainda está em tempo  para traçar as metas para o novo ano. Como o cenário continua instável e as possibilidades bem duras, vou continuar com poucos planejamentos, mas em relação às cinco metas de 2019, para esse ano tem uma meta plus:

1 - CONTINUAR VIVA: Essa é a primeira e mais importante meta de todos os anos para todo mundo e é a única que eu sempre me lembro no decorrer do ano, porque, eventualmente, surge o questionamento, sem resposta, sobre  de qual a importância de continuar viva. Se em anos passados foi me divertir, estudar, trabalhar, em 2020 não sei mesmo como será, mas prometo me manter firme na manutenção da minha vida.

2 - ACHAR UM MOZÃO : Outra meta da vida, que m 2019 não foi alcançada, nem podria ser, pois eu estava só na defensiva. Em 2020 já vejo algumas sutis mudanças e mesmo que eu não esteja ainda com as portas do coração abertas, mas já comecei o ano experimentando novas vivências como mulher. Se isso vai virar amor ou não, é o mistério do ano, vamos acompanhar o desenvolvimento da cena. Só deixo um pedido: pretos, me ajudem: MELHOREM, porque eu vou tentar melhorar também!

3- ENCONTRAR UM TRAMPO : Faz tempo que tem essa meta nos anos, mas dessa vez eu quero ousar mais: quero atuar na minha área. Depois de um 2019 vitorioso, mas totalmente voltado à minha mãe e sua saúde, agora sinto necessidade de olhar um pouco mais para mim, meus desejos e necessidades. Porque eu estudei e não foi pouco,  estou preparada e ficar de fora no jogo é uma perda enorme, não só para mim pessoalmente. Para atingir esse objetivo, pretendo escrever artigos e tentar publicar, participar de mais eventos nos quais poderei conhecer gente e pensar em outras possibilidades na vida.

4- ACELERAR O CRESCIMENTO DOS CABELOS : 2019 foi um ano bem difícil, embora e algumas coisas que não deveriam ter mudado, mudaram. Dei uma engordadinha e o pior, cortei meus cabelões, desde então não me reconheço mais na imagem do espelho. Claro que isso tem toda uma história oculta por trás, o crescimento do cabelo é uma metáfora do renascimento necessário e serve como uma ampulheta para medir o tempo de um luto enorme que estou vivendo desde setembro de 2019. Agora é dar tempo ao tempo, esperar e cuidar para que, na hora certa, meus cabelos voltem e a vida continue. Está sendo dolorido,  mas muito importante tudo isso, porque a vida é mudar, sempre.

5- TREINAR BASTANTE : Outra meta “de sempre”, que eu espero que se cumpra. Já não posso imaginar como será cumprida, porque no ano passado continuei treinando, mas alguma coisa tinha mudado e os resultados não foram mais tão positivos. Mas continuo querendo cuidar de mim, porque eu mereço, até mesmo para manter a EM bem quietinha na gaveta do criado mudo. Sigamos !

6- BUSCAR OS SENTIDOS DA VIDA :  Resumindo todas as outras metas, essa é a caminhada mais dolorosa e também pode ser a mais prazerosa da vida. Um caminho em direção à ancestralidade.  Não sei muito bem porque quis colocar essa meta, por isso não vou escrever sobre o que e como estou pensando sobre isso, apenas deixar essa meta posta e,  no final do ano, ver como eu vou estar respondendo.

Venha 2020, espero estar preparada para enfrentar os cactos da vida que podem ser espinhosos, mas sobretudo são belos!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Amor pré-histórico

A cena do beijo, pintura rupestre registrada na Serra da Capivara (PI)

Em um sítio arqueológico localizado no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piaui podemos encontrar a pintura rupestre chamada pelo arqueólogos do parque de  "a cena do beijo" , feita a mais de 12 mil anos. O portal ambiental tur registra ser este o registro de um beijo mais antigo encontrado até hoje.