Depois do belíssimo filme de ficção Mossane, onde o real e a ficção se entrelaçam de forma peculiar e poética, mais um filme de uma das precursoras dos cinenas africanos,a senegalesa Safi Faye.
No documentário Fad'Jal, sobre essa região de cultivo de amendoim no Senegal, reencontramos o olhar poético de Safi sobre aquela África tribal, lugar de onde ela vem, e que nos seus filmes são salpicados de beleza e poesia.
O filme começa com um crianças assistindo comportadamente a uma aula sobre a História da França, deu rei Luis XIV, patrono da cultura. Depois passamos para essas crianças brincando.
É citado o dito popular "na África, um velho que morre é uma biblioteca que se queima" e as crianças pedem ao mais velho, para o griô, que lhes conte sobre "nossa história ", sobre a sombra do baobá, lugar de reunião da aldeia, onde não não mais se fala sobre a França, que são obrigadas a ouvir na escola, em uma revisitação da oralidade, capaz de encantar e denunciar, mostrando pelo olho de sua lente, como a vida politica atravessa a vida daqueles camponeses.
A história da aldeia é contada e encenada pelos mais velhos e pelo griô, para a alegria da meninada, em um rico jogo entre o real e o imaginado.
Essas história é artisticamente encenada, mostrando a duplicidade da filmografia de Faye, mesclando ficção e realidade, mesmo em um documentário. A filmografia de Faye narra a realidade. todo aquele processo de colonização e apagamento da história local, de forma a torna-la mais bonita! Isso é arte decolonizadora!
Algumas imagens do filme . onde vemos senegaleses belos, realizando em suas atividades cotidianas. na lida com a cultura do amendoim.
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