Guimarães Rosa escrevendo |
Na última vez que ouvi Carlo Ginzburg falar sobre as relações entre História e Literatura (em 2007, no contexto do lançamento de O fio e os rastros, na FFLCH), ele se colocou contra o estabelecimento do que chamou de "relações 1 a 1" (que entendi serem relações diretas entre os discursos).
Adorei isso, porque, pensando em minha longa pesquisa histórica sobre Guimarães Rosa, acho que o projeto literário rosiano é grande, minucioso e poderoso por si só. Compará-lo diretamente a textos sociológicos ou a historiografia é uma boa forma de não compreendê-lo.
Também penso que cobrar dele militância ou posicionamentos mais objetivos é desprezar (ou rejeitar mesmo) sua mais profunda forma de expressão, que está escorada nos movimentos da linguagem, e é dali que ele pode expressar melhor a sua voz.
E não acho pouco. Tanto que até hoje buscamos compreende-lo em sua plenitude.
Viva a literatura. Viva a literatura de Guimarães Rosa.
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