"Eu trabalho com música como uma coisa que as pessoas às vezes confundem e chamam música engajada e música de protesto e nestas palavras engajamento e protesto tem várias nuances. A canção de protesto como é registrada em dicionário é o método jesuítico com a novidade da palavra de ordem e eu não pratico isso. Eu pratico observar a sociedade quando ela baixa a guarda por descuido, fotografar rapidamente e depois tentar descrever rapidamente aquilo que ficou desnudado, aquilo que ela não pode confessar, e isso não pode ser chamado de música de protesto, isso é música que pode aumentar a capacidade de discernimento da platéia, mas música de protesto não!"
Tom Zé no DVD Pirulito da ciência, 2010
Pois é isso meus senhores, arte criativa exige a participação direta dos receptores para constituirem seu sentido. Não são fáceis, exigem atividade mental para discernir as coisas e executar filtragem nos discursos. Essa é uma prática que dá certo, mesmo que às vezes a gente se deixe levar por discursos já prontos, que parecem ser mais apaziguadores, mas não podemos perder de vista que a vida está ai para ser refletida sempre, não podemos ter preguiça!
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