Sobre essa temática saiu em 2008 o livro “A poética migrante de Guimarães Rosa”, organizado por Marli Fantini, no qual encontramos textos dos mesmos grandes rosianos geniais (ou nem tanto) : Walnice Nogueira Galvão, Ettore Finazzi Agrò, Cleusa Rios P. Passos, Francis Utéza, Luiz Roncari, Suzi Frank Sperber, Kathrin H. Rosenfield, Sandra Guardini T. Vasconcelos e etc... todos bons artigos para rosianos experimentarem o gosto de cada um deles, que logo eles irão perceber que os pesquisadores quase sempre vão se repetir e logo bastará apenas ler o nome do autor para saber sob qual perspectiva o texto abordará o tema proposto... o mais chato a respeito desse livro é que esses pesquisadores todos não adentram tanto no tema que propõe o título da coletânea. Poxa! Por isso que é preciso ler mais Homi Bhabha e atentar para os que não possuem terra para se sustentarem - os moventes - não é possível esperar uma história com grandes narrativas escritas de forma clara e objetiva, mais vale a informação oral, sonora, imagética...Esse tipo de coisa, pelo que eu já vi até agora, não é sequer citado na educação normal adotada, que até hoje, em pleno 2009, é a mesma que se usava em 1900. A outra história do Brasil - a que está além dos nomes dos presidentes “café-com-leite”, por exemplo - está expressa por vestígios deixados pelos que estavam mais ocupados em seus movimentos em busca da sobrevivência.Perdoem a confusão, mas esse tema me é tão caro, só que eu tenho ainda muito que estudar sobre ele para me manifestar de forma mais clara.
domingo, 25 de janeiro de 2009
“CENTRAL DO BRASIL” : UMA OUTRA HISTÓRIA DO BRASIL
Acordei com vontade de ouvir a trilha sonora do filme de Walter Salles, depois de mais de ano e eu mesma me surpreendi porque só de ouvir, sem ver a cena, me emocionei muito! A carta de Dora, os pedaços de depoimentos narrados a Dora sobre as dificuldades e sucessos, que antecedem “Preciso me encontrar” são uma síntese de tudo o que está sendo dito: Aqui nós sempre precisamos nos encontrar, por isso aprendemos desde cedo que precisamos andar, ir por aí a procurar rir pra não chorar ...Isso quem destacou foi Euclides da Cunha, quando escreveu que o sertanejo é antes de tudo um forte porque dentre outras coisas, aprendeu a ser capaz de sempre se locomover em busca da sobrevivência. Mas não importa “de onde” e nem “para onde”, a verdadeira história do Brasil é a contada por essas pessoas que sobrevivem sempre, seja no sertão, seja nas cidades (lembram-se da canção do Chico Buarque “Brejo da Cruz” que é assim “Mas há milhões desses seres que se disfarçam tão bem que ninguém pergunta de onde essa gente vem são jardineiros guardas-noturnos, casais são passageiros bombeiros e babás já nem se lembram que existe um Brejo da Cruz que eram crianças e que comiam luz?”Mas sobre este mesmo tema o próprio Chico Buarque se uniu ao Milton Nascimento e escreveu a melhor música de todas, “Levantados do chão”, que tem a pergunta que mais resume a história do Brasil: “Como assim levitante colono?”Sobre os que se deitam em cama de pó eu escrevi a conclusão do meu mestrado, a partir da interpretação do meu orientador de “Central do Brasil” e das idéias libertadoras sobre a linguagem desenvolvidas por Homi Bhabha, porque eu acho que esse é também um tema caro a Guimarães Rosa, mas em Tutaméia isso é especialmente destacado pois nas quarenta mini estórias, sempre tem alguém se movendo para sobreviver, sejam vaqueiros, miseráveis ou ciganos.. a eles falta o fio, a linha do tempo que os mantenha seguros.
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4 comentários:
Está muito envolvente o novo blog, em sua espontaneidade e paralelos tão interessantes. Espero que o percurso das postagens e dos dias vá sendo margeado por flores cada vez mais presentes.
Obrigada Carino,o rosa está presente nas cores (apesar de eu preferir o amarelo, mas o rosa é lindo...)Beijão e seja sempre bem vindo!
Quando eu crescer quero ser um pesquisador como você !!
Ale, eu entendo porque todo mundo sabe que quando EU CRESCER QUERO SER PROFESSOR(A)DE HISTÓRIA QUE NEM VOCÊ! KKK
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