terça-feira, 1 de maio de 2012


Eu sempre fui uma aluna tipo"copista". Não me arrependo disso, ainda mais quando encontro um caderno do curso de História da Cultura que assisti em 2002 (dez anos atrás!) com o Sevcenko.
Ali eu fiquei sabendo de trabalhos sobre etnomusicologia, que estavam tentando resgatar sons da Roma Antiga, como neste:
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Também naquele curso, cujo tema era  Cultura popular/oral (muito Havelock) Nicolau  dizia coisas como:
"A CRIANÇA SE COMUNICA, ANTES DE TUDO, PELA VOZ DA MÃE (VOZ FEMININA), dai vem a idéia de que, no imaginário popular oral, é a mulher e sua voz a figura  responsável por guardar os elementos que vão alimentar a memória coletiva, pois é o SOM da sua voz que funciona como elemento de contágio e desencadeia o que chamamos de  COMOÇÃO (SOM+EMOÇÃO) COLETIVA. Um exemplo disso está na estória 'Sorôco sua mãe sua filha', onde a voz da mãe e da filha que entoam aquela canção que "a cantiga não vigorava certa, nem no tom nem no se-dizer das palavras" e que conseguiu COMOVER A COMUNIDADE QUE ANTES O REJEITAVA: "A gente se esfriou, se afundou - um instantâneo.
A gente... E foi sem combinação em ninguém entendia o que se fizesse: todos, de uma vez, de dó do Soroco,. principiaram também a acompanhar aquele canto sem razão.
E com as vozes tão altas! Todos caminhando, com ele, Soroco, e canta que cantando, atrás dele, os mais de detrás quase que corriam, ninguém deixasse de cantar."
(Guimarães Rosa)
Como percebem, ali os bichinhos da cultura oral em Guimarães Rosa  devem ter me mordido e até agora, no doc, estou imersa nele!

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