sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Nu, de botas, Antonio Prata


Ontem terminei de ler o delicioso livrinho de Antonio Prata e, claro, super recomendo a leitura a todos, especialmente aos que não tem medo (e tem interesse) de experimentar novamente as percepções infantis da vida. É muito difícil representar o mundo todo estranho que uma criança vai sentido, e ainda mais fazer isso sem  tornar a narrativa chata ou intragável... Prata conseguiu em seu livrinho  muito gostoso de ler. Na contracapa  Gregorio Duvivier alerta que a gente vai rir e chorar nessa viagem, e é verdade porque,  afinal  TODO MUNDO TEVE INFÂNCIA... 
Para deixar uma amostrinha, não destaco momentos engraçados, porque eles são muitos e não pude escolher apenas um, então preferi citar o  último parágrafo da obra com sua derradeira  imagem :

"Naquela noite, tive pela primeira vez um sonho que se repetiu até o fim da infância, me seguiu pela adolescência e ainda hoje, vez ou outra, volta a me visitar. Eu acordo, saio de casa, pego a perua, desço na escola, cruzo o pátio, subo a escada , entro na classe, paro diante dos meus colegas e fico ali, em pé, pelo que parece ser muito, muito tempo, todos me olhando em silêncio e eu esperando o momento em que se darão conta do que, surpreendentemente, demoram tanto a perceber : que eu estou nu, nu, de botas."  
Antonio Prata. "Nu de Botas" P.140

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