Ontem terminei de ler o delicioso livrinho de Antonio Prata e, claro, super recomendo a leitura a todos, especialmente aos que não tem medo (e tem interesse) de experimentar novamente as percepções infantis da vida. É muito difícil representar o mundo todo estranho que uma criança vai sentido, e ainda mais fazer isso sem tornar a narrativa chata ou intragável... Prata conseguiu em seu livrinho muito gostoso de ler. Na contracapa Gregorio Duvivier alerta que a gente vai rir e chorar nessa viagem, e é verdade porque, afinal TODO MUNDO TEVE INFÂNCIA...
Para deixar uma amostrinha, não destaco momentos engraçados, porque eles são muitos e não pude escolher apenas um, então preferi citar o último parágrafo da obra com sua derradeira imagem :
Para deixar uma amostrinha, não destaco momentos engraçados, porque eles são muitos e não pude escolher apenas um, então preferi citar o último parágrafo da obra com sua derradeira imagem :
"Naquela noite, tive pela primeira vez um sonho que se repetiu até o fim da infância, me seguiu pela adolescência e ainda hoje, vez ou outra, volta a me visitar. Eu acordo, saio de casa, pego a perua, desço na escola, cruzo o pátio, subo a escada , entro na classe, paro diante dos meus colegas e fico ali, em pé, pelo que parece ser muito, muito tempo, todos me olhando em silêncio e eu esperando o momento em que se darão conta do que, surpreendentemente, demoram tanto a perceber : que eu estou nu, nu, de botas."
Antonio Prata. "Nu de Botas" P.140
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