Guardando as devidas propoções, com todo este incômodo causado pelos "rolezinhos" eu não pude deixar de lembrar do catrumanos - os miseráveis do Grande Sertão: Veredas -, e especialmente o medo absurdo que Riobaldo sente deles:
"E de repente aqueles homens podiam ser montão,montoeira, aos milhares mis e centos milhentos,vinham se desentocando e formando, do brenhal, enchiam os caminhos todos, tomavam conta das cidades. Como é que iam saber ter poder de serem bons, com regra e conformidade, mesmo que quisessem ser? Nem achavam capacidade disso. Haviam de querer usufruir depressa de todas as coisas boas que vissem, haviam de uivar e desatinar."João Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas, p. 553"
Diante deste medo tão profundo de que, de repente, os miseráveis saíssem das margens, tomassem a cidade, os espaços sempre negados a eles, o jagunço chegou a declarar que nunca mais ia rir na vida... Sobre este medo de Riobaldo - que seriao grande medo do brasileiro - Ettore Finazzi-Agrò falou no Seminário em homenagem aos 50 anos do romance em 2006, texto que foi publicado com o título "Pós tudo : banimento e abandono no Grande Sertão", na revista do IEB no. 44, p. 159-172
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