Lendo a lista de mortes de 2014 soube que em fevereiro o artista plástico uruguaio Carlos Vilaró morreu aos 94 anos. Vocês sabem que a músca "A Casa" foi originalmente composta pelo Vinicius e as filhas do artista na casa dele, que depois virou um hotel.
A história da música é contada no livro Histórias de canções: Vinicius de Moraes., de Wagner Homem e & Bruno De La Rosa:
Tudo começou durante o período em que Vinícius de
Moraes trabalhou na embaixada brasileira em Montevidéu e tornou-se amigo do
artista uruguaio Carlos Vilaró, que, em 1958, havia começado uma construção
pouco convencional. Inicialmente era apenas uma casa de lata. Com o tempo foi
acrescentando novas partes, todas com formas arredondas e pintadas de branco
para contrastar com o azul do céu. O espaço, conhecido como Casapueblo, tornou-se um hotel com mais
de setenta quartos, que levam os nomes de seus hóspedes mais ilustres. [....]
Nas suas estadias na Casapueblo,
Vinícius brincava com as filhas do anfitrião dizendo, “Era uma casa muito
engraçada, não tinha teto não tinha nada” e terminava com os versos “Mas era
feita com pororó [termo indígena que significa palavras ocas; lega-lega]/ Era a
casa di Vilaró”. Os versos finais da letra foram substituídos na gravação por
“Mas era feita com muito esmero/ na rua dos bobos, número zero”. (HOMEM; ROSA,
2013, p. 172-3)
Está um pouco atrasado, mas deixo meus agradecimentos ao Vilaró por tudo e,em especial, por ter inspirado a melhor definição de infância que eu já ouvi: "não tinha teto, não tinha nada ..".mas era tudo!
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