"A recepção de Benjamin, principalmente na França, estava voltada prioritariamente para a vertente estética de sua obra, com uma tendência a considerá-lo sobretudo um historiador da cultura. Ora, sem neglicenciar esse aspecto de sua obra, é preciso reconhecer o alcance muito mais amplo de seu pensamento, que visa nada menos do que uma nova compreensão da história humana. Os escritos sobre arte e literatura podem ser compreendidos somente em relação a essa visão de conjunto que os ilumina a partir de dentro. Sua reflexão constitui um todo no qual arte, história, cultura, política, literatura e teologia são inseparáveis"
Michel Löwy. Introdução a 'Walter Benjamin: aviso de incêndio- uma leitura das teses sobre o conceito de história", p. 14
Concordo com o exposto. Mas, como historiadora, o Benjamin 'historiador da cultura' me chamou sempre a atenção, claro, mas o que me encanta mesmo é sobretudo o teórico. É pelas especulações teóricas que eu penso ser possível abordar todos os aspectos possíveis no que tange a arte, história, cultura, política, literatura e teologia.
Além disso, essa teoria também pode abrir caminho para se pensar uma outra modalidade que, à época benjaminiana, não era assunto de interesse da historiografia: a história da criança.
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