ORALIDADE E PEDRO BLOCH
Em meu relatório final eu não devo defender que o Pedro Bloch foi pesquisar e trabalhar com foniatria exclusivamente porque era judeu. Isso seria reducionista. Eu vejo o seu caso em um contexto maior: o século XX, a era do florescer dos estudos sobre a linguagem e a fala e o surgimento da própria Foniatria , que é uma área médica nascida na Alemanha em 1905 e que mais tarde foi trazida ao Brasil por pesquisadores como o próprio Bloch na segunda metade do século XX, e que apostava em uma abordagem interdisciplinar para compreender e tratar distúrbios da fala. Bloch não era um teórico, ele era um judeu, médico e também um cientista da área médica.
Por outro lado, como sou uma teórica, eu li (e pirei com isso) o Russel Jacoby e a a reflexão sobre a longa tradição judaica que propõe um elogio ao oral, tanto que Jacoby resgata o pensamento de Frtitz Mautner para defender, mais ou menos, que O JUDEU OUVE e ao que ouvir está pensando em história, porque "o ouvido não recebe uma mensagem apenas, ele registra a sequencia do tempo; o som requer duração". E Russel conclui: "o som inclui o tempo e o tempo implica a história" (A Imagem imperfeita, 2007, p. 203).
Eu não sei em que medida esse raciocínio interferiu nas ações de Bloch, mas também não posso afirmar que não esteve presente de nenhuma forma. Devo apontar essas questões, mas de forma leve, colocando mesmo como dúvida: Será que Bloch estudou a linguagem oral porque era judeu, ou porque era judeu foi estudar a oralidade? kkkk
No meio de tudo isso, tem as crianças e elas sempre apresentam outras apreensões para tudo, isso é o mais importante para mim!
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