segunda-feira, 19 de outubro de 2020

"O fantasma e a casa da verdade”, África do Sul, 2019, direção Akin Omotoso


 Sinopse

            É um filme policial, meio drama, meio suspense, mas bem legal. Nele vemos uma África contemporânea (talvez África do Sul, taÁlvez Nigéria, mas não fica especificado qual é o país), urbana.
À esquerda, de azul e amarelo, a linda senhora Ogum

O enredo conta a historia de uma conciliadora penal Bola Ogum (Susan Wokoma) ,  que medeia o encontro entre vítimas e criminosos com muita confiança, até que é a sua única filha quem some, então ela se vê no outro lado da trama e  é capaz de qualquer coisa para encontrar a menina viva ou morta.  Nessa travessia, encontra a ajuda de uma policial muito dedicada, a solitária que está grávida, que acolhe a dor e o ânsia por justiça de Ogum,mas sem nunca sair do horizonte da busca por justiça. 

A mais bela cena do filme 

 
Não sabemos nada sobre essa bela policial detetive, só que é excelente profissional, vive sozinha, delicia-se com brinquedinhos dos seus bebês nas horas vagas, mas não há nenhuma cena que faça referência ao pai desta criança, embora ela não parece estar sofrendo com essa “solidão”.

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policial competente


Imagem da entrevista

Só uma policial investigadora mulher poderia dar a esse papel um toque de força e delicadeza que o diferenciam de outros filmes do gênero. Para mim essa foi uma grande sacada.

Na excelente entrevista dada aqui à Ana Camila, curadora da Mostra, Akin Omotoso, chega a comentar que  ao receber o roteiro, logo de cara fez uma mudança: trcou um investigador por uma investigadora. Depois, ele explica porque ela precisou estar grávida, o que foi uma sugestão da escritora Tracy Whitaker. Isso deu ao filme um toque mais feminino, o que eu considerei maravilhoso.

Adoro ver as mulheres desse filme, empoeiradas, se compreendendo, se ajudando. Vestidas como africanas, no cotidiano da cidade, mostram a África que gente como eu gostaria de ver mais : a África das grande mães, fortalezas de amor e sabedoria. Mas nesse filme tão próximo de nós ocidentais, também tempos marcas de tradições que, no caso, tornaram a dor da mãe da menina desaparecida ainda mais insuportável.
Essa África mais atual convivendo com marcas tradicionais é, para mim, uma das graças desse filme.

Excelente oportunidade de ver outras face dos cinemas africanos pelos olhos de Omotoso, este belo, sensível e competente realizador de cinemas africanos 




 

 

  

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