Estou acompanhando como posso o congresso de estudos sobre infância, organizado pela UERJ , e está sendo muito importante. Ontem, na mesa na qual participei, teve troca, debate, acolhimento, mas principalmente muita paixão pelo tema por duas participantes que não são da área de pedagogia, em especial, eu que sou historiadora e uma professora de dança da UFRJ, Patrícia Gomes Pereira. Sobre minha paixão, sei que é aparente e nem procuro esconder, mas nem comentei sobre esse assunto (preferi debater outros pontos), mas a Patrícia explicou que seu interesse pelo tema infância surgiu com o nascimento do seu filho, agora com sete anos. E eu, que não tenho (nem terei) filhos? Mas, como todo mundo, tive infância é disso que vem meu interesse. Na conferência de abertura, no dia 23, ouvimos a tocante fala da professora Juliana Merçon (Universidad Veracruzana/México), sobre infâncias em situação de adoção. Juliana, mãe adotiva de Michele, se emocionou muito na sua fala, e sabendo que oa se emocionar, pediu para falar em espanhol e ler um texto. E foi muito lindo. Ela fala sobre muitas questões, como a da institucionalização da adoção; os objetivos dela (direito da criança a ter uma família, de ser amada, de ter sua auto estima construída, etc). Por outro lado, fala sobre o acesso difícil da criança à sua "origem" biológica (parte que lhe foi negada, e que tantas vezes ela não se sente no direito de buscá-la, afinal ela já tem família...). É sempre o caso do conto de Rosa sobre Drijimiro, o "caso achado", que "nada sabia sobre sua infância, mas recordava-a demais" a partir do som de um pedaço de frase oral (lá, nas campinas), sua única herança preciosa. Eu não tive um bem tamanho, a principio, só a ausência, abandono e questões. E sobretudo, qualquer coisa que eu tenha tentado, fracassado ou conseguido fazer com esse vazio essencial. Este tema sempre me emociona, é tão eu!
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