Quando devolvi o pesado "Becos da memória "da Conceição Evaristo na biblioteca do Sesc Pompéia, em busca de mais lirismo, emprestei um curtinho do japonês Kawabata para ser o segundo livro de janeiro. Ainda devo terminar de ler esse mês.
Mas como não posso deixar de lado a literatura preto brasileira,também trouxe um livro de poesia escrito por uma mulher preta, a linda escritora,ativista e educadora do Campo Limpo, São Paulo, Carmem Faustino
Carmem Faustino |
Em seu "Estado de líbido ou poesia de prazer e cura", Faustino mostra exatamente o que é: poeta, ativista e, sobretudo,uma mulher negra em efervescência, descobrindo a líbido e o amor próprio como arma da luta descolobizadora. Um exemplo, da página 35:
Ler esse livro, como mulher preta, me relembra porque queremos homens pretos. Eles podem nos proporcionar experiências como nesse trecho
Li o livro todo em uma tarde. Depois fui revisitando trechos que gostei mais. Devo reler mais trechos até devolver.
Como grande admiradora da poesia de Hilda Hilst, o grande nome feminino a escrever poemas eróticos no Brasil, eu tenho um filtro muito fino para julgar, mesmo assim gostei da obra.
Editado pela editora Oralituras, com belas capa e ilustrações de Isabela Alves (Afrobela), encontramos lindas aquarelas em marrom, complementando os poemas, como pequenas joias. Um mosaico de algumas belas ilustrações:
Detalhes de ilustrações de Flávia Rosa (Afrobela) |
Muito bom ter encontrado e lido esse livro!
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