Graças à gentileza de um amigo, consegui comparecer ao baile Black do Mano Brown no dia 01 de junho de 2017... com toda aquela gente preta linda, moços e moças esteticamente belos e alegres... coisa mais linda não há!
Sobre o Mano Brown é o cara! Que porte, que discurso ...um homem enorme, exuberante e eu confirmei o que eu pensava antes :não sou tão mulherão para encarar um cara assim, não saberia nem por onde começar...mas chama a atenção, e como chama...
Era meu sonho ir a um baile black e, claro, achei delicioso, encantador. O contato com a cultura negra, que é parte significativa de mim, e na qual é comum que me incluam (sem perguntar o que eu sinto, claro) e é um universo que sempre me foi negado e só na vida adulta que fui resgatar com força e estudar essa herança. Mas ontem fiz um teste prático e constatei que em meio a todos eles, verdadeiramente, eu também não me senti pertencendo àquilo tudo em nenhum momento.
Sou sempre uma intrusa. Não é nada fácil.
É começar a vivenciar aquela ideia do Sérgio Buarque: Aqui nesse país miscigenado, somos estrangeiros em nossa própria terra (não somos europeus, não somos indígenas, nem africanos... somos brasileiros mestiços). Isso é lindo, mas como dói.
Mas pelo menos naquela noite eu fingi pertencer àquele grupo e cantei, de coração :
"...eu fui no baile, no baile black... ", sem medo do vazio do dia seguinte.
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