A
tradicional retrospectiva do blog Pequenidades em 2019, o ano que não podia ter
sido, mas será que foi? Vou dividir em duas partes, para caber no Blogger um comentário mês a mês. Vamos ao primeiro semestre:
JANEIRO - Comecei com muito medo da tragédia que o ano estava ensaiando ser, mas tentei levar de boa, como uma continuidade do ano de 2018, curtindo muito a Casa das Caldeiras, que
eu sabia que me salvava a vida mas não sabia que seria por tão pouco tempo. Vale observar que no primeiro rolê do ano eu estava toda na defensiva, vestida com as roupas e as armas de Jorge
Pilantragi janeiro 2019 |
Desde o início 2019 era o ano com gosto de "até quando vou sobreviver"? O panorama político, que já ia de mal a pior, desde janeiro foi resumido pelo poema de Augusto de Campos
Poema de "O Mito", de Augusto de Campos, jan, 2019
FEVEREIRO – Desde o ano passado estava muito preocupada
com a saúde de minha mãe, sabíamos que ela ia passar por uma cirurgia grande,
estávamos esperando ser chamada. Mas em fevereiro eu ministrei uma palestra abordando cem anos de representação da menina negra na literatura infantil brasileira em três momentos (Flor Encarnada de Arnaldo Oliveira Barreto, 1921; A Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado, 1986 e Menina Pretinha. da Mc Soffia, 2016),
para o Sesc, começando a destacar a questão do ano: a ANCESTRALIDADE.
personagens |
Ainda em janeiro ganhei um cd do raper Gui do Guetto rap na rua, e me voltei para essa cultura black. Mas ao mesmo tempo, como todos os anos nessa
época, eu já estava ansiosa para o
carnaval, que seria só em março, eu achava que seria bem na hora do carnaval, por
isso quis aproveitar muito o pré carnaval e aproveitei todos os ensaios, foi
muito gostoso.
Pré Carnaval TaradoNiVocê
MARÇO –
Era carnaval e eu pulei os quatro dias, deliciosamente, escrevi detalhes sobre todos
os dias aqui. Foi um carnaval sem palmitagem, glória a Deus! Ao mesmo tempo, li um livro indicado pelo amigo Luiz Henrique, era Espírito da Intimidade e foi
muito importante para pensar questões sentimentais entre pretos e pretas e novamente, sobre a palavra do ano, ancestralidade, com trechinhos lindos assim:
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(Sobonfu Somé. O Espírito da Intimidade - Ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Trad. Deborah Weinberg. 2a. ed. Odysseus Ed., 2007, p. 25.)
ABRIL- Cirurgia de mamãe. Foi muito tenso, mas estivemos todos juntos em nome de
um bem maior que era a recuperação dela e tudo ocorreu da melhor forma. Afora
isso, eu estava curtindo muito meu cabelão, mal sabia que, em breve, ele seria cancelado, lamentavelmente. Mas com esse cabelão eu fui ao último Samba Rock
plural na Casa das Caldeiras, querendo mais contato com a ancestralidade, mas ainda foram tentativas frustradas, só que renderam para o ano todo, como neste diálogo:
Sorrisos negros |
Também em abril eu fui a uma festa de Hip Hop nas Caldeiras, foi amor à primeira vista...depois acabei me especializando um pouco nesse ritmo, mas tudo começou ali!
novos óculos |
MAIO- Comecei a querer modificar meu visual, o que se estendeu o ano todo e nem sempre foi para melhor, mas em maio foi positivo, pois comecei a usar
óculos roxos, bem charmosos.
Mas era o mês da Virada Cultural e o Sesc
Pompéia fez uma linda homenagem à Cultura Africana, era perto e deu para curtir um pouco e voltar depressa para ficar com mamãe, e ter curtido foi ótimo, pois me levou a retomar aquela essencial busca pela ancestralidade, sonhada há tanto tempo e que agora parecia estar mais próxima. Na Virada eu me diverti no show Essênc'Iyá: lê Aiyê convida Paula Lima e Ellen
Oléria
cartaz do show na Virada |
Até que, infelizmente, chagamos no último rolê do projeto
Todo Domingo Musical na Casa das Caldeiras e tentamos nos divertir ao máximo!
JUNHO- Nesse mês as coisas
começaram a ficar mais corridas, pois passei a acompanhar minha mãe no hospital para
tratamento toda semana, o que me sugava muita energia. Como tinha tempo livre na sala de espera, usei para ler bastante, começando pela biografia Matinho
da Vila: Reflexos no espelho, que
comentei neste post.
Ainda nas leituras, preocupada com ancestralidade, conheci e comentei aqui
sobre o conto de Conceição Evaristo, A
gente combinamos de não morrer, que fala tanto sobre a realidade do negro
no Brasil do atual governo. Ainda neste mês teve o lançamento de Almodóvar,
muito bem acompanhada da minha amiga Rosane, sobre o filme, postei nesse link. Aliás, junho foi um mês que eu passei com Rosane algumas vezes, numa delas conheci o belo Sesc 24 de maio, onde tirei essa foto, bela, mas cheia de melancolia
São Paulo, no Sesc 24 de maio
Assim foram os primeiros seis meses de 2019, muita coisa mudaria depois, mas elas só comento na semana que vem! :)
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