segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo"

Essas palavras de Rosa não saíram da minha cabeça durante este ano todo.
Mas que milagre duradouro, não?
Só sei que estou aqui aguradando alguma coisa acontecer, para que eu possa vizualizar o tal milagre.
Tá osso...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sobre a eleição do reitor na USP: EU NÃO ENGOLI!

Como a maioria das pessoas, eu também ainda não engolli essa escolha.
Li um comentário crítico, seguido por uma entrevista com o candidato vencedor pelos votos das congregações, mas ARBITRARIAMENTE PRETERIDO PELO GOVERNADOR JOSÉ SERRA, apesar de indicar a referência aqui, colo-o completo- já que você já está aqui mesmo ... só devo salientar que, ao contrário do que pensa Oliva - o candidato preterido,EU PENSO,SIM QUE A DECISÃO DO SERRA TOCOU PROFUNDAMENTE A AUTONOMIA DA UNIVERSADE DE SÃO PAULO (AFINAL,EMBORA A ELEÇÃO NÃO TENHA MESMO, PROPRIAMENTE, DESREPEITADO O ESTADO DE DIREITO, MAS SE CONSIDERARMOS O CONTEXTO ATUAL DA UNIVERSIDADE, OBSERVAMOS QUE A AUTONOMIA VEM SOFRENDO CONSTANTE ENFRAQUECIMENTO, O QUE FOI MARCADO POR ATOS EXTREMOS COMO A ENTRADA DA PM NO CAMPUS E AGORA POR ESSA ELEIÇÃO AUTORITÁRIA, COMO ATÉ JÁ ESTAVAMOS ...)
Vejamos a reportagem:

" Terça, 17 de novembro de 2009, 08h57
Oliva: Ingerência política é incompatível com a USP
Eliano Jorge


Para um cientista, é sempre útil entender como funcionam mecanismos complexos. No caso de Glaucius Oliva, 49 anos, professor titular e diretor do Instituto de Física de São Carlos, a recente lição foi de meandros político-eleitorais. Talvez lhe seja um tema mais complicado do que a Cristalografia de Proteínas, tema em que virou doutor pela Universidade de Londres.
Embora tenha vencido a eleição para reitor da Universidade de São Paulo (USP), Oliva acabou preterido pelo governador paulista José Serra, do PSDB, a quem coube a escolha a partir da lista de três nomes apontados pelas urnas. Nomeado sexta-feira, 13, João Grandino Rodas alcançou apenas o segundo lugar nas várias etapas do escrutínio.
"É evidente que eu tinha toda a expectativa de que ele me indicaria porque tinha obtido o apoio explícito da comunidade universitária, numa campanha em que pautei exclusivamente - e talvez esta tenha sido minha falha - sobre a construção de um grande projeto e sobre o convencimento da comunidade universitária. Eu não tinha um viés político, grandes nomes secundando com carta de apoio, nenhuma manifestação política, caciques, ex-reitores", comentou Oliva, em conversa com Terra Magazine.
Ele se queixou da falta de análises mais profundas dos projetos por parte de Serra. A opção foi respeitada, mas não foi engolida a justificativa pela comparação de experiência e carreira dos candidatos: "Acho que ele não olhou direito os currículos. Não me pareceu convincente".
Tendo sempre Rodas na sua escolta, Oliva venceu as três votações do segundo turno, com diferença de 46, 56 e depois 57 votos entre eles. Nesta etapa, houve 85% de comparecimento às urnas, correspondentes a 274 membros do Conselho Universitário e dos Conselhos Centrais - de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão Universitária.
"O resultado no colegiado menor traçou a mesma vontade da comunidade expandida", concluiu a reitora Suely Vilela, em declaração reproduzida no site oficial da USP.
"Se, de fato, a decisão (do governador) teve uma origem política, é um pouco ruim, né? Porque a universidade deve ser regida por princípios acadêmicos, e não necessariamente ingerências políticas de qualquer sorte, me parecem incompatíveis com o princípio universitário", observou Oliva. "Se você tenta contaminar eleições acadêmicas e técnicas com preferências políticas, isso é terrível", acrescentou.
Atual diretor da Faculdade de Direito da USP, João Grandino Rodas comandou o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade) entre 2000 e 2004, nomeado pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula. A partir do dia 26, será o 25º reitor de uma das mais conceituadas universidades do País.
Confira a entrevista com Glaucius Oliva.
Terra Magazine - Como o senhor começa a semana depois do processo eleitoral? Já não está mais ligando para isso?Glaucius Oliva - O fato é que terminou, acabou o processo, nós temos um novo reitor. Portanto, eu tenho que retomar minhas atividades normais, de pesquisa, ensino, as atividades administrativas como diretor do Insituto de Física. E continuar trabalhando pela Universidade de São Paulo.
O futuro reitor declarou que deixou recado telefônico, convidando o senhor para a nova diretoria.
Eu vi essa declaração na imprensa, ele havia deixado recado com a minha secretária, na sexta-feira. Ainda não consegui retornar. Mas a minha impressão é que a sintonia entre um reitor e seu vice deve ser integral. Deveria ser uma chapa isso, e não duas eleições separadas, como são hoje. A eleição para vice-reitor é igualzinha à eleição para reitor, você forma uma lista tríplice para ser escolhida pelo governador. E, se o governador já não me escolheu, é porque talvez tenha razões para tal. Então, não faria muito sentido eu me candidatar novamente para vice-reitor. E acho que o reitor deve ter junto a ele, na vice-reitoria, uma pessoa com que ele tenha mais integral proximidade de ideias, métodos de trabalhos e procedimentos. Ele certamente tem pessoas de altíssimo gabarito no grupo que liderou.Ele não conversou comigo ainda, e eu estou respondendo em termos genéricos. Mas é uma conversa que a gente vai ter ao longo do tempo. A eleição para vice-reitor é só em março. Mas a minha primeira impressão é que não seria exatamente bom, nem para ele nem para a universidade, ter a minha presença na adminitração mais próxima, o que não me exime de ajudar em tudo o que for possível para que esta gestão tenha o maior sucesso. Todos nós somos USP e temos que lutar por ela. Não tem nenhum componente de rancor não. Do ponto de vista prático, não é bom você ter junto uma pessoa que teve mais voto que você, fica uma situação meio estranha.
Por ser empossado o segundo colocado na eleição para reitor da USP, foi ferida a autonomia universitária?
Não, de jeito nenhum. A regra do jogo era essa. Então, do ponto de vista legal, não houve nenhuma quebra de Estado de Direito. A ideia de ter uma escolha pelo governador era ter uma voz da sociedade sobre as ideias e os projetos que conduzem a universidade. E estranhou um pouco, não só a mim, mas a toda a comunidade universitária, a forma um pouco rápida com que esta decisão foi tomada, sem uma conversa com os candidatos, sem uma análise mais aprofundada dos projetos que estavam ali sobre a mesa, da nossa visão de futuro, da nossa experiência administrativa. Enfim, dá a impressão que houve uma decisão que teve outros contornos que não necessariamente da atualidade do projeto ou da pessoa para conduzi-lo.
Que interpretação o senhor faz desses contornos?
Se, de fato, a decisão teve uma origem política, é um pouco ruim, né? Porque a universidade deve ser regida por princípios acadêmicos, e não necessariamente ingerências políticas de qualquer sorte, me parecem incompatíveis com o princípio universitário. Eu sou um cientista, essa é minha natureza. Não é porque um indíviduo que eu não gosto fez um trabalho científico fantástico em demonstração experimental ou teórica de um fenômeno, que vou dizer que está errado. Não posso. Ciência foi feita não porque esse indíviduo pertence a esse ou aquele partido, ela é baseada na verdade, na busca da verdade e daquilo que é inquestionável. Se você tenta contaminar eleições acadêmicas e técnicas com preferências políticas, isso é terrível.
Depois de vencer todas as etapas de votação, o senhor imaginava que não seria referendado pelo governador?
É prerrogativa dele fazer essa indicação. É evidente que eu tinha toda a expectativa de que ele me indicaria porque tinha obtido o apoio explícito da comunidade universitária, numa campanha em que eu pautei exclusivamente - e talvez esta tenha sido minha falha - sobre a construção de um grande projeto e sobre o convencimento da comunidade universitária. Eu não tinha, na minha campanha, um viés político, grandes nomes secundando com carta de apoio. Tinha um monte de cientista, dizendo que achava que eu seria um ótimo administrador. Mas não tinha nenhuma manifestação política, caciques, ex-reitores. Enfim, foi uma campanha feita mesmo nas bases acadêmicas. Nestas, eu ganhei, e isso me satisfaz muito. O que é mais importante, para mim, é que deixo como legado para a universidade um projeto detalhado, em todas as áreas, com uma visão de futuro bem estabelecida para a Universidade de São Paulo, como sendo um centro de excelência, com um conjunto de propostas e ações concretas em Graduação, Pós-graduação, Pesquisa, gestão administrativa. Se o reitor puder aproveitar estas ideias, eu ficaria extremamente satisfeito.
O senhor pretende concorrer novamente à reitoria?
Quatro anos é um longo período, né? Se houver consenso entre as pessoas que, daqui até lá, estarão envolvidas no processo sucessório, eu me disponho a trabalhar como fiz agora. Eu nunca tive um desejo do cargo em si. A minha praia, do ponto de vista acadêmico, é outra. Eu sempre estive muito envolvido com atividades de pesquisas, ensino e criação de cursos, inovação tecnológica, transferência de tecnologia. Administração é uma coisa meio natural em mim, faço bem. E as pessoas acharam que era uma combinação importante para ter na reitoria. Mas não tenho nenhuma aspiração, não faço disso meu projeto de vida. Ao mesmo tempo, não me furto a servir a universidade na posição em que for chamado.
Numa eventual candidatura, não vai deixar de incluir um cunho político...
A gente aprende com a experiência, né? A gente vai ter que entender que, num processo desse, temos tanto público interno quanto público externo. Temos que convencer não apenas os soldados como os generais de que as ideias são boas. Eu talvez tenha ficado muito nos soldados e esquecido um pouco dos generais.
Por falar em soldados e generais, foi a primeira vez que o vencedor da eleição da USP não foi ratificado, desde o fim da ditadura militar. O que o senhor pensa?
Não faça nenhuma comparação. Quando eu disse soldados e generais, foi apenas uma figura de linguagem. Não teve nenhuma conotação de acusação. Foi uma decisão do governador, nós estamos num Estado democrático de Direito, ele tem autonomia e prerrogativa para fazer isso. Ele mesmo disse que nunca hesitou em assumir responsabilidade das prerrogativas que ele tem como governador. Eu não faço nenhuma comparação do momento que vivemos agora com o período militar, nós temos um mecanismo que é legítimo, legal. Eu posso discordar da forma como ele foi utilizado. Acho que ele, se utilizado, deve ser de uma forma muito parcimoniosa. A escolha da inversão da lista tríplice é uma arma muito poderosa e que, para ser usada, na minha interpretação, deveria ser por uma justificativa muito importante e séria.
O governador alegou currículo e experiência do segundo colocado.
Eu acho que ele não olhou direito o currículo de ambos os candidatos. Eu tenho uma experiência de gestão acadêmica universitária de 12 anos, muito mais do que isso, já fui chefe de departamento, diretor de unidade, presidente de Pós-graduação, consultor de empresas, coordeno institutos de pesquisa da Fapesp e do Ministério, exerci cargos no Ministério de Ciência e Tecnologia, no que diz respeito a comitês de avaliação de projetos e de gestão. Sou cientista de reconhecimento internacional, membro da Academia Brasileira de Ciências. Então, esta justificativa ficou um pouco mal explicada. Sou professor titular há mais de 12, 13 anos, dessa universidade. Sempre fui professor em dedicação integral e exclusiva, o que não acontece com o outro candidato, que só se tornou três, quatro anos atrás, sempre exerceu uma vida externa à universidade. Esta justificativa não me pareceu convincente.
De universidade, o senhor acredita que entende mais?
Eu não gosto de fazer comparações não. Eu só digo que entendo bastante de universidade. Presidi uma comissão de planejamento, isso foi uma coisa que talvez, se o governador tivesse olhado, gostaria. O governador é uma pessoa da área de Planejamento, ele nasce para a política como secretário de Planejamento do governo Montoro. E a Universidade de São Paulo é uma instituição muito complexa, muita gente, recursos vultosos, e que tinha, em seu estatuto, desde 1988, a previsão de existir uma comissão de planejamento com a missão de elaborar planos de médio a longo prazos para a universidade e estudar cenários externos e internos que afetassem as atividades universitárias. Surpreendentemente, em nenhuma das gestões reitorais desde 1988, esta comissão havia sido criada ou instalada, e convenci a então reitora que a criasse pela primeira vez. Desde 2007, presido esta comissão e temos estudado com profundidade os cenários que afetam a USP, estudamos a USP, o que as universidades do mundo estão fazendo para resolver os grandes desafios da academia, que é uma instituição que está passando por uma série de transformações no que diz respeito à própria organização do conhecimento, à multidisciplinaridade, à formação dos estudantes, à questão do financiamento, à incorporação de novas tecnologias. Então, do ponto de vista de conhecimento e preparação, eu acho que tinha uma boa bagagem.
Terra Magazine
ESTOU ACHANDO ESTRANHÍSSIMO QUE NINGUÉM (NEM MESMO A TÃO FALADA FFLCH!) TENHA FEITO NENHUMA MANIFESTAÇÃO: VAMOS DEIXAR UMA DAS INSTITUIÇÃO DE MAIOR NOME DO BRASIL VIVER ESSA SITUAÇÃO CALADOS?
AQUI NÃO!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SOBRE O NOVO REITOR DA USP

Não disse nada sobreo novo reitor da USP, porque fiquei sem palavras.
Mas outras pessoas, ótimas, disseram, então eu indico o link do Alê e esse link antropológico.
Somos contra esse tipo de palhaçada naquela que é a melhor colocada do Brasil e da América Latica no raking mundial das universidades. Leiam os links, por favor.

VISÕES DE SEXO POR HILDA HILST; MENINA DE 18 ANOS E CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, DESENHO DE MILTON DACOSTA




Colada à tua boca a minha desordem

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer." HILDA HILST


Âmanga

Vou te dar meu âmago
Como fosse manga rosa
Para você provar minha carne
como fosse a polpa
para você beber meu gozo
como fosse o sumo
para você morder meu osso
como fosse o caroço MENINA DE 18 ANOS

Sugar e ser sugado pelo amor

Sugar e ser sugado pelo amor
no mesmo instante boca milvalente
o corpo dois em um o gozo pleno
que não pertence a mim nem te pertence
um gozo de fusão difusa transfusão
o lamber o chupar o ser chupado
no mesmo espasmo
é tudo boca boca boca boca
sessenta e nove vezes boquilíngua." DRUMMOND

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Desemprego e racismo

Somos um país racista, é óbvio.
Eu sendo uma mulher negra que cursou - e ainda cursa - Universidade Pública antes das cotas, ainda sofro na pele as dificuldades trazidas pela crise econômica mundial...que me deixou desempregada desde dezembro. Eu acho estranho que isso esteja se estendendo até hoje, quase um ano depois da demissão, isso porque eu sou uma profissional bem qualificada - continuo minha formação, que está em fase de finalização, já, com o doutoramento -, tenho certa experiência, muita criatividade e vontade de produzir...Essa situação me deixou com certos questionamentos sobre minha própria atuação profissional: Será que eu sou assim tão ruim, para ter sido deixada à margem assim?Não sabia, só me questionava sobre isso...

Mas algumas "novidades" de 2009 me deixaram mais confiante na minha atuação profissional: Em 2008 eu peguei aulas para algumas turmas de Sociologia no Ensino Médio, a partir de agosto... como fazer isso?

Assim que eu soube que a professora que tinha iniciado o curso já tinha introduzido conceitos fundamentais de sociologia e História da sociologia, quis levar alguns dados práticos,mostrando que a matéria também estava nos cotidiano deles: Quis abordar a sociologia do futebol. Para isso levei a eles trechos de um livro que tinha acabado de sair, Veneno Remédio, do José Miguel Wisnik. Poxa, rendeu muito e aquilo que eles achavam ser algo chato (aula de sociologia) era algo que também estava na diversão do seu cotidiano, falei a eles sobre o grupo de estudos sobre o tema que se desenvolve na USP faz cerca de dez anos ...os alunos se sentiram bem, introduzidos no mundo!

Porém, além a aceitação dos alunos, outras respostas significativas tive esse ano, quando formou-se um Seminário de estudos sobre o Futebol aqui na USP e quando aquele livro que eles leram um trecho em 2008, ficou em segundo lugar no Prêmio Jabuti de melhor livro de Ciências Humanas, mais de um ano depois!

Para mim isso foi uma prova que eu estava, sim, fazendo meu papel de educadora, levando aos alunos de um colégio periférico os assuntos que estavam sendo considerados importantes na USP... quem faria algo assim?

Mas essa professora ainda está sem emprego. Será mesmo que não é porque não passou no quesito "boa aparência?", ainda que até a Novela das 8 tenha uma protagonista negra... mas elas ainda não é uma negra que vive uma vida de negra... caminhamos, apesar das pedras.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, DIA DOS BRASILEIROS!


Hoje, dia 20 de Novembro, é dia da Consciência Negra.

Devia ser um dia muito lembrado por todos nós brasileiros, por motivos óbvios: Em nosso país vivemos cerca de 400 anos de escravidão e posteriormente 120 e poucos anos sem medidas de superação desse grande mal... por isso temos uma sociedade que rejeita claramente ações de superação em relação a isso.

Podemos reparar quando se sabe que embora sejamos um país mestiço (alguém duvida?), essa data não é considerada feriado em alguns estados do país, o que eu considero um absurdo e uma ignorância completa.

Quase tão completa quanto o que eu ouvi outro dia, de uma menina brasileira, que indignadíssima com o Feriado da Consciência Negra , considerava isso como uma jogada de marketing...Ora, que essa moça não tem a menos instrução não há dúvidas, aposto que ela não teve a menor "educação", como a maioria dos brasileiros... mas ela também não anda nas ruas? Ela não observa que a maioria da população brasileira é mestiça de pele escura?

Claro que não, ainda não há um incentivo para que se faça isso.

Por isso que o Dia da Consciência Negra é, sim, o dia mais importante do calendário do Brasil.

Claro que a guerra continua e ainda está longe de terminar...

Mas o Dia da Consciência Negra é uma importante luta contra essas idéias burras.

Viva os negros do Brasil (que é a mesma coisa que dizer viva os brasileiros...AINDA VÃO SER PRECISO MUITOS DIAS DA CONSCIÊNCIA NEGRA ATÉ QUE SE ENTENDA ISSO!)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Encontrei minhas origens



Encontrei minhas origens

Oliveira Silveira (*)

Encontrei minhas origens

Em velhos arquivos

Livros

Encontrei

Em malditos objetos

Troncos e grilhetas

Encontrei minhas origens

No leste

No mar em imundos tumbeiros

Encontrei

Em doces palavras

Cantos

Em furiosos tambores

Ritos

Encontrei minhas origens

Na cor de minha pele

Nos lanhos de minha alma

Em mim

Em minha gente escura

Em meus heróis altivos

Encontrei

Encontrei-as, enfim

Me encontrei.

(*) O professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira foi o idealizador do Dia da Consciência Negra.

domingo, 15 de novembro de 2009

Filipe e Gustavo - Desaparecidos

No sábado, dia 07/11/2009, à noite, DOIS filhos de Vilma Pereira da Silva, que reside na Vila Madalena - Zona Oeste de São Paulo, saíram para ir a um supermercado do bairro e estão desaparecidos desde então. Os nomes dos meninos são: Gustavo, 9 anos e Filipe, 13 anos. Há suspeitas de que tenham fugido de casa. A Polícia, o Conselho Tutelar e todos os órgãos competentes já foram avisados, mas o descaso é tamanho que precisamos recorrer a todosos possíveis! A mãe está desesperada! Favor entrar em contato com Vilma pelo tel.: (11) 9195-7805 ou Mônica e Bruno pelos telefones: (11) 8156-2694 cel., 8139-0861, ou 3969-0861 res.
As fotos deles:



Segregação da mulher: A nova velha história...

Achei muito estranho o Tom Zé não ter feito nenhum comentário sobre ocaso UNIBAN! Justo ele, que é o maior guerreiro pelo direito da mulher ser inteira... então escrevi para ele, colo aqui a mensagem:

"Olá Tom Zé,
Aqui que escreve é uma fã de muito tempo, a última vez que te escrevi, foi sobre seu show no Teatro Municipal de São Paulo, durante a Virada Cultural... pois então, assisti sua participação no Raul Gil e achei fenomenal (como sempre), as idéias libertárias ainda são estranhas para as mulheres tão acostumadas a serem reprimidas, você sabe.
Uma vez você autografou meu CD Estudando o Pagode,e eu te disse que aquele disco deveria ser distribuído a todas as mulheres, porque nele as suas letras dizem coisas que eu sempre achei, mas nunca tinha tido coragem de falar (como o fato dos homens quererem sempre transar "uma boneca de pau", e muito mais...)
Mas acho, Tom Zé, que está claro o motivo pelo qual as mulheres, quase nunca, se mostrarem como mandam seus desejos: Ainda não existe lugar para que elas façam isso. Falo do exemplo da estudante da UNIBAN. Ao ouvir a notícia e ver as imagens pela Internet, coloquei seu disco para tocar, claro. Queria ler o que você pensa sobre isso, apesar de suspeitar que já sei mais ou menos, mas ao visitar seu blog agora, vi que estás viajando para Irará e tal, desejo ótima viagem, mas estarei aguardando suas palavras sobre a moça e também sobre aquela instituição medieval - a UNIBAN- que expulsou a mulher porque ela se mostrou mulher e os homens não se seguraram (como se fossem estupradores, quando dizem que a mulher que "provocou".. absurdos!)
É, Tom Zé, apesar de ganharmos algumas lutas importantes (como quando você falou da liberdade sexual da mulher no programa Raul Gil!), esta guerra ainda longe de terminar.. contamos sempre com você e com a Neusa!
Grande abraço a vocês
Ca"

Sarau na Casa das Rosas, com Claudio Willer e a planta dos pés...

Ontem eu estive no Sarau mensal da Casa das Rosas. Desta vez tivemos um convidado super especial - o poeta Claudio Willer- que leu alguns poemas dele.
Um deles, quando expressos por ele, por aquela voz, aquilo tudo que ele é, se toranram definitivos para mim, eu posso colá-lo aqui:
"Após uma manifestação em defesa da reserva florestal de Caucáia do Alto por mim teria ficado por lá mesmo no altiplano onde tudo começou bem acima destes bolsões de pânico bem longe deste mundo coagulado na devida distância desta fantasia sulfurosa na qual moramos teria ficado por lá mesmo mergulhado na lagoa de reencontro escavada na superfície do planeta em sua primitiva forma ficar por lá mesmo encontrar o mais puro rastro vegetal entre samambaias sem memória cipós de sabedoria e círculos de névoa ficar lá mesmo buscar o segredo do arenito a linguagem da pedra percorrer o avesso da consciência ficar por lá mesmo nunca mais sair deste planeta frio e luminoso e sempre celebrar a redescoberta do corpo pela planta dos pés"
Certo, vocês podem ler, podem até gostar, mas o que eu senti na hora que ele leu, dificilmente alguém terá... quando aquela voz, aquele tom, aquilo tudo que ELE entoou "...sempre celebrar a redescoberta do corpo pela planta dos pés.", foi o meu corpo que reagiu, ali sozinho, pulsando pois percebeu estar de novo na frente de um homem inteiro - que sabe a glória do saber querer -e eu relembrei aquilo que parece que é melhor que eu esqucesse: existe uma ligação energética direta da planta dos pés com todo o corpo,que faz ser tão gostoso tocar e ser tocado nos pés... mas não pode esquecer esses detalhes (que são coisas muito grandes pra esquecer).
Uma das pessoas que quiseram muito que eu me esquecesse de que eu sou, sim,tudo isso voltou a me procurar, dizendo que eu era tudo o que eu sou - tudo de bom -, mas eu não preciso mais ouvir isso, porque eu sei, também sei que quero muito mais...
Recentemente eu senti algo relacionado à planta dos meus pés, mas a ligação com o meu corpo redescoberto só foi feita pelo poema de Willer... o resto é segredo!
Suspiros...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

GUIMARÃES ROSA POR GUIMARÃES ROSA

Tive acesso a uma carta de Guimarães Rosaa seu tradutor para o francês, disponível no Arquivo do IEB USP, fundo Guimarães Rosa...
Trancrevo aqui um trecho que achei interessantíssimo :

"Quase todas as expressões empregadas no Primeiras Estórias não são tiradas da linguagem comum, mas sim criadas por mim, de toutes pièces -de modo que,também para oleitor brasileiro elas soam novas,estranhas, completamente inéditas. Por isso mesmo, e se tratando de estórias muito curtas, essas tournures nãopoderiam ser omitidas (nem vertidas para fórmulas usuais do outro idioma) sem prejuízo,tudopodendo resultar em mole, frouxo, incolor, sem valer a pena. (...) "

"Parabéns pela 9a netinha: que todas as gentis Fadas rodeiemo berço da pequena Sophie! A vida tem horas bonitas,e cheias de compensações."
Rio de Janeiro, 1964

domingo, 1 de novembro de 2009

IGNORÂNCIA E MACHISMO

Vocês souberam da triste história da aluna da UNIBAN?
Se não vira, procurem no Youtube!
Eu soube e achei muito triste e preocupante!
O nome daquilo não é outro a não ser MACHISMO extremo!
Aquilo foi um triste exemplo de como, ainda hoje,os homens pode se sentirem poderosos e com direitos sobre a mulher. Afinal, caso algum daqueles moços encontrasse a menina numa festa, com certeza não a agrediria...
Esses homens das cavernas estão por fora!

DESCRIÇÃO GEOGRÁFICA DO BRASIL

"Situação astronômica: está situado no mundo da Lua, a 38 graus à sombra, pelo meridiano do Rio de Janeiro , apenas no verão. Limites: ao sul, o Borges de Medeiros; a leste o cabo submarino; a oeste , o Acre; não tem norte, Superficie: foi sempre um país muito superficial, em tudo. População maior do que a da Argentina e fortemente camuflada. Estreitos: o canal do mangue e o cérebro do sr. Marcolino Barreto. Montanhas : O Monte Pio, na burocracia; o Monte Líbano, habitação do bode preto. O ponto culminante do Brasil é o sr. Rui Barbosa." (Mendes Fradique. História do Brasil pelo método confuso. São Paulo: Cia das Letras. Pp 72-3)
Como vemos, a definição é perfeitamente DEFINIDA! KKKKKK