"ESCUTA E DIÁLOGO COM O UNIVERSO POÉTICO INFANTIL”- bate papo com Camila Rodrigues
Na manhã de 19 de julho de 2014 estive com os professores de crianças de 0 a 4 anos da CEI Vila Calu, em Itapecerica da Serra, falando um pouco do que estudei sobre a importância do diálogo e a interatividade com os infantes, o incentivo a criatividade e ao desenvolvimento de várias linguagens com as quais as crianças se comunicam, como desenhos, brinquedos, cantigas. Também consegui comentar com eles sobre experiências no sentido de incentivar as práticas de vida adquiridas pelos adultos em contato direto com o criativo universo infantil, como a do escritor João Guimarães Rosa que já era um autor consagrado quando teve o interesse e a humildade em se voltar a linguagem da neta de pouca idade em cartões postais que enviou a ela e nos quais experimentou abrir seu leque de linguagens caras aos pequenos com cores, desenhos, cantigas que abriam caminhos novos em direção a criatividade. Também pude falar da experiência do fonoaudiólogo Pedro Bloch, que não só escrevia mas também publicava as falas infantis em livros; do conjunto de conhecimentos desenvolvidos para crianças na primeira infância, na Reggio Emilia, na Itália, onde a ideia é a de buscar o pleno desenvolvimento das linguagens infantis antes da entrada na linguagem; ou mesmo dos discos e shows "Música de Brinquedo", da banda Pato fu, que é todo ele tocado com instrumentos de brinquedo, juntamente com as crianças.
Foi muito bom perceber o quanto isso foi bem recebido pelos professores, que interagiram comigo, demonstraram muito interesse pelo que eu estava expondo. Do meu ponto de vista, também foi bastante rico escutar o que eles tinham para me falar, porque eu pude ouvir um pouco da experiência de cada um na Educação infantil - que ainda continua sendo tomada como um ramo menor da educação, ou como mero assistencialismo, quando na verdade é um um dos trabalhos mais impotantes para o ser humano, pois lida com as primeiras aprendizagens de todo mundo, o acompanhamento das vivências iniciais e o sutil desenvolvimento da interação e percepção.
Nas narrativas dos professores sobre o trato cotidiano com as crianças pequenas, alguns depoimentos me emocionaram especialmente, como do Nei, que falou sobre como foi importante para uma maior proximidade com as crianças, passar na postura de 'Homem ereto' que olha todas por cima delas, e se abaixar para se unir elas sentado no chão, olhando o mundo da mesma perspectiva dos pequenos para interegir; ou da Renata, que falou que os professores da E.I., até pelo convívio intenso com pequenos tão criativos, também apresentam grandes ideias até mesmo sobre a própria educação.
Por fim, consegui visualisar perfetamente isso tudo ao visitar as salas do CEI: deu para regitrar o tamanho do cuidado e da criatividade desses professores que convivem com os pequeninos: como eles inventam e criam coisas lindas para esses seresinhos! Foi fundamental e enriquecedor, só tenho a agradecer aos professores, a cordenadora Roberta Villa e, sobretudo, às crianças, por existirem como verdeira esperança de um futuro melhor.
Foi muito bom perceber o quanto isso foi bem recebido pelos professores, que interagiram comigo, demonstraram muito interesse pelo que eu estava expondo. Do meu ponto de vista, também foi bastante rico escutar o que eles tinham para me falar, porque eu pude ouvir um pouco da experiência de cada um na Educação infantil - que ainda continua sendo tomada como um ramo menor da educação, ou como mero assistencialismo, quando na verdade é um um dos trabalhos mais impotantes para o ser humano, pois lida com as primeiras aprendizagens de todo mundo, o acompanhamento das vivências iniciais e o sutil desenvolvimento da interação e percepção.
Nas narrativas dos professores sobre o trato cotidiano com as crianças pequenas, alguns depoimentos me emocionaram especialmente, como do Nei, que falou sobre como foi importante para uma maior proximidade com as crianças, passar na postura de 'Homem ereto' que olha todas por cima delas, e se abaixar para se unir elas sentado no chão, olhando o mundo da mesma perspectiva dos pequenos para interegir; ou da Renata, que falou que os professores da E.I., até pelo convívio intenso com pequenos tão criativos, também apresentam grandes ideias até mesmo sobre a própria educação.
Por fim, consegui visualisar perfetamente isso tudo ao visitar as salas do CEI: deu para regitrar o tamanho do cuidado e da criatividade desses professores que convivem com os pequeninos: como eles inventam e criam coisas lindas para esses seresinhos! Foi fundamental e enriquecedor, só tenho a agradecer aos professores, a cordenadora Roberta Villa e, sobretudo, às crianças, por existirem como verdeira esperança de um futuro melhor.
Referências :
Livros apresentados:
BLOCH, Pedro. Criança é isso aí. Rio de Janeiro: Bloch Ed. ,1980.
____________.Dicionário de anedotas de crianças para adultos. Rio de
Janeiro:Revinter,2001.
____________. Essas crianças de hoje! Rio de Janeiro: Bloch Ed.,1970.
EDWARDS,
Carolyn; FORMAN,George & GANDINI, Lella. As Cem Linguagens da
Criança
- A abordagem de Reggio Emilia na Educação da Primeira Infância. Trad
Dayse Batista, Porto Alegre: Artmed,1999.
NARANJO, Javier (org). Casa das Estrelas: O Universo contado pelas crianças. Trad.Carla Branco. Ilustração Carla Branco. Rio de Janeiro: Foz, 2013, p. 49.
ROSA, João Guimarães. Ooó do vovô: correspondência de João Guimarães Rosa, o vovô
Joãozinho, com Vera e Beatriz Helena Tess, de setembro de 1966 a novembro de 1967.
São Paulo Edusp; Imprensa oficial do Estado de São Paulo;Belo Horizonte: Ed. PUC/ Minas, 2003.
Discos e DVDs comentados:
CD PATO FU, Música de brinquedo, Brasil, 2010.
DVD PATO FU Música de Brinquedo ao vivo, Brasil, 2011.
Vídeo recomendado:
Reportagem sobre a Escola em Reggio Emilia, Itália
https://www.youtube.com/watch?v=4j8mtA_iDss