sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ricardo Aleixo e a ancestralidade

Primeiro chegou a mim a fala de Ricardo Aleixo nesse vídeo:

"... ter convivido com meus pais, que foram as duas pessoas mais admiráveis que eu já tive a chance de conhecer,  significou a a possibilidade de pensar a ideia de ancestralidade não  como é comum a boa parte dos negros no Brasil - pensar em uma África mítica - a minha África é a minha casa. E pensar, também, a partir do momento em que foram nascendo os filhos ... foi o momento em que eu comecei a pensar na ancestralidade não como aquilo que está dado, mas a partir da poética da cosmogonia africana : ancestre é também aquele que ainda não veio e isso é o que determina a circularidade e a sobreposição dos tempos ..." (27' e 29')

Depois tem o poema:

ANCESTRAL
é quem
vive no meio
do tempo
sem tempo:
é quem veio
e já foi
e é também
quem
ainda não
veio

Ricardo Aleixo, poeta das minhas performances!