quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

"Sai branco, preto fica" : crime de ser negro e periférico

cartaz do filme

Não consegui comentar na hora. mas há alguns dias eu assisti ao  documentário "Sai branco, preto fica" (2015), de Adirley Queirós ,que está disponível na íntegra nesse link . Partindo do título, que é uma fala policial, o filme trata das consequências de uma investida policial num baile black na periferia de Brasília em 1980, a qual deixou DJ Marquin do Tropa 
paraplégico  
Dj Markin em cena do filme

E deixou 
Sartana (Shokito) usando uma perna mecânica. O documentário começa com depoimentos das vítimas, focando em seu dificultoso  dia a dia,  convivendo com o estado que atigiram, mas em certo momento surge um personagem fictício, Cravalanças, que vem de 2073, pra investigar a responsabilidade do Estado Brasileiro no evento que vitimou os dois rapazes. 
Sendo assim, não se trata de um um documentário tradicional, do tipo é tudo verdade, pois ele  tem uma parte futurista, ou melhor,   afrofuturista, onde se pensa na possibilidade de uma justiça para a perseguição promovida pelo Estado  nas regiões periféricas.
O filme foi bem recebido pela crítica  e premiado, mas alerto que é bastante pesado, ou mesmo um filme de terror verdadeiro, como escreveu Inácio de Araújo no link acima, pois mesmo com essas saídas mais  voltadas para a ficcção científica, a parte real é gritante, especialmente se pensarmos que ainda hoje, quarenta anos depois,  esse tipo de repressão acontece.
Deixo o trailer do filme, se acharem que têm forças, assistam, vale a pena