domingo, 25 de agosto de 2019

Rafiki: Um drama queniano e o absurdo da homofobia

cartaz do filme na sala de cinema

Eu tinha visto o trailer de Rafiki (2018) [África do Sul/Quênia/França/Holanda/Alemanha/Noruega, 2018]  no Cinesesc domingo passado 



Quando soube que ele seria exibido no Circuito SPCine na Sala Paulo Emílio Salles Gomes (Centro Cultural São Paulo) este fim de semana, quis assistir a obra produzido no Quênia, que foi  o primeiro filme queniano a ser exibido em Cannes, mesmo assim,  segundo nos conta esta crítica, teve sua  exibição  proibida naquele país pela temática do homossexualismo. Lamentável.

O filme é muito agradável de assistir, como a maioria que se passa na África, o cenário é ao mesmo tempo parecido e diferente do Brasil, embora as pessoas do Quênia sejam, em geral, mais retintas do que são aqui. Muito bonitas as pessoas. 

Gostei também da trilha sonora, porque  ao contrário do que geralmente acontece m vídeos da África, quando o som costuma ser americanizado, ali é diferente,  um toque original africano.

Roteiro baseado num conto de  Monica Arac de Nyeko, o filme conta a  história de duas garotas quenianas,  Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva),filhas de famílias rivais na política  que, apesar disso,  constroem uma linda amizade em busca de uma sociedade menos conservadora. Quando o amor nasce entre elas, sofrem na pele a impossibilidade de viverem seu amor naquele país. O preconceito que sofrem - das famílias, dos homens, da igreja, da polícia, sociedade em geral-   torna o filme triste. 

Tinha um rapaz do meu lado que chorava de soluçar nas cenas que elas sofrem preconceito, fiquei muito tocada.

Algumas fotos para da divulgação encontradas nestre link mostra belas e alegres meninas negras tentando ser elas mesmas. Enquanto Kena é mais discreta e convive basicamente só com homens  e meninos que até a consideram uma possível esposa ideal , Ziki é solar e sensual, usa muito cor de rosa e, no filme, chega a levar Kena, que dizia ter  alegia a vestidos, a usar um modelo cor de rosa claro, emocionando a mãe. Como vimos no trailer, o  amor delas é lindo se  ver, digno de fotos:
Sociedade sempre vigiando as Kena e Ziki

Os amigos homens de Kena  não entendem sua sexualidade

Preconceito na igreja e na familia

Apesar de tudo, conseguem sus momentos de felicidade


 Muito bom ver que o Quênia, pelo cinema, está lutando contra seu conservadorismo extremo!

No catálogo da Mostra de Cinemas Africanos, a diretora do filme explica sua motivação a filmar sobre este tema: "tenho visto poucos filmes que tratam do amor africano no cinema, eu quis colocar o nosso amor na tela grande" (Wanuri Kahiu, diretora)