segunda-feira, 27 de novembro de 2023

NA TERAPIA : Querer um livro, querer um homem,

 
Detalhe da capa de Felicidade Clandestina
De Clarice Lispector. RJ; Rocco 1998.

"... Não era mais uma menina com o seu livro: era uma mulher com seu amante." FELICIDADE CLANDESTINA Clarice Lispector 


Semana passada comentei sobre esse conto clássico de Clarice na terapia. Eu sabia que esse ano todo eu desejei fortemente um homem como se ele fosse um livro precioso. Mais do que isso, eu desejei TER para mim esse homem. Disse até que quis infantilmente, com aquela onipotência que uma criança acredita ter, na certeza de que ele já era meu, era só uma questão de tempo. Mas ele não era, não é. Tão difícil dizer NÃO a sua criança interior,mesmo depois de adulta.

O homem não tenho, mas eu tenho livro de Lispector, que posso abrir no colo, "sem tocar,em êxtase puríssimo".

Já é uma satisfação, Freud já dizia que nunca abrimos mão, apenas substituímos os prazeres,  e,no caso , a troca não foi  pouca.